OBJETIVO:
investigar a associação entre práticas parentais de disciplina e comportamento de bullying entre adolescentes brasileiros.
MÉTODOS:
estudo transversal, com alunos de 10 a 15 anos. Práticas parentais de disciplina foram avaliadas utilizando duas subclassificações principais: autoritárias e punitivas (agressão psicológica, punição corporal, retirada de privilégios e penalidades) e indutivas (explicações, recompensa e monitoramento). Uma versão modificada do Olweus Bully Victim Questionnaire foi utilizada para verificar a frequência de bullying.
RESULTADOS:
foram avaliados 247 adolescentes, e 98 (39,7%) deles foram classificados como agressores. Práticas parentais de disciplina autoritárias e punitivas, utilizadas tanto pela mãe como pelo pai, apresentaram associação com a prática de bullying pelos filhos. Mães que mais utilizavam este tipo de disciplina apresentaram chance 4,36 (IC95%: 1,87-10,16; p < 0,001) vezes maior de ter um filho agressor. Agressão psicológica e formas brandas de punição corporal apresentaram os maiores odds ratio. Disciplina indutiva como um todo não apresentou associação.
CONCLUSÕES:
a prática de bullying apresentou associação com a disciplina parental autoritária e punitiva. A utilização de diferentes formas de disciplinar os adolescentes podem diminuir o comportamento de bullying.
Bullying; Adolescente; Punição; Educação infantil