Resumo:
O potencial para gerar novas raízes e até plantas inteiras, mesmo após a remoção de grande parte de suas reservas, é uma característica típica das sementes monoembriônicas de espécies do gênero Eugenia. Trabalhos anteriores mostraram que sementes de Eugenia podem produzir plântulas mesmo quando apenas ¼ de sua massa está presente, inclusive para sementes em estádios iniciais de maturação ou já em processo de germinação. Ecologicamente, esta poderia ser uma estratégia importante para garantir a propagação das espécies de Eugenia, uma vez que elas seriam capazes de produzir plântulas de forma seriada, a partir da mesma semente, dependendo das condições ambientais, mas isso ainda não foi estudado. Neste trabalho, sementes de E. candolleana de quatro fases de maturação foram cortadas longitudinal ou transversalmente e mantiveram altos percentuais de germinação e produção de plântulas normais. Em um segundo experimento, a primeira e segunda plântulas desenvolvidas foram removidas e a capacidade de regeneração também foi avaliada. Os resultados mostraram que foi possível obter mais de uma plântula de cada semente. Também evidenciaram que, mesmo após a remoção das raízes e das partes aéreas, foi possível a regeneração de novas raízes e plântulas. Essas características poderiam ser entendidas como estratégias evolutivas para garantir a propagação natural dessa espécie em ambiente inadequado.
Termos para indexação:
Myrtaceae; propagação; semente recalcitrante