Resumo
Contexto
As lesões arteriais traumáticas de membros ainda permanecem uma causa significativa de perda de membros e mortalidade, apesar de melhorias significativas observadas nos resultados após a ocorrências dessas lesões.
Objetivos
Este estudo buscou identificar preditores de mortalidade e amputações em pacientes submetidos à revascularização após trauma arterial femoropoplíteo.
Métodos
Esta é uma revisão de um Registro de Trauma Vascular. Todos os pacientes com lesão arterial femoropoplítea internados em nosso hospital de novembro de 2012 a dezembro de 2017 e submetidos a reconstrução vascular foram incluídos. Análises univariadas, seguidas de análises de regressão logística, foram realizadas para identificar fatores independentemente associados com os resultados primários de amputação e mortalidade.
Resultados
Foram incluídos 96 pacientes, com média de 27 anos. O Revised Trauma Score (RTS) foi, em média, 7,152; já o Injury Severity Score (ISS) foi, em média, 15. Onze pacientes (11,5%) tiveram amputação, e 14 pacientes (14,6%) morreram. Observou-se que pacientes com o tempo de isquemia maior que 6 horas apresentaram aproximadamente 10 vezes mais chance de amputação do que aqueles com tempo igual ou menor que 6 horas (intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 1,2 a 79,9). O tempo de isquemia maior que 6 horas aumentou em aproximadamente 6 vezes a chance de mortalidade (IC95%: 1,26 a 24,77). A instabilidade hemodinâmica aumentou em 9 vezes a chance de mortalidade (IC95%: 2,36 a 36,67).
Conclusões
O tempo de isquemia continua sendo o fator mais importante independentemente associado a amputação e óbito em pacientes submetidos à revascularização arterial femoropoplítea após traumas. O estado fisiológico e os escores de trauma são importantes.
Palavras chave:
artéria femoral; artéria poplítea; lesão; trauma