Contexto:
A infecção de ferida operatória é uma complicação grave da cirurgia vascular periférica e está associada a elevadas taxas de morbidade e mortalidade.
Objetivo:
Avaliar a morbidade e a mortalidade relacionadas às infecções de ferida operatória causadas por micro-organismos resistentes em cirurgias arteriais periféricas.
Métodos:
Coorte prospectiva envolvendo pacientes submetidos a procedimentos de revascularização arterial periférica que desenvolveram infecção de sítio cirúrgico, entre março de 2007 e março de 2011.
Resultados:
A média de idade desses pacientes foi de 63,7 anos; homens representaram 64,3% de todos os casos. A prevalência total de resistência bacteriana foi de 65,7%. O micro-organismo mais isolado foi o Staphylococcus aureus (30%). Comparando-se as características demográficas e cirúrgicas das duas amostras (com e sem resistência), foi demonstrado que o tempo de permanência hospitalar apresentou diferença significativa (9,3 dias × 3,7 dias). O grupo de pacientes portadores de infecção por micro-organismo resistente apresentou elevadas taxas de reoperação, amputação de membro inferior e mortalidade, porém sem diferença estatística quando comparado ao grupo sem resistência. No longo prazo, a sobrevida foi similar.
Conclusão:
este estudo não demonstrou diferença estatística quanto a morbidade e mortalidade entre os grupos com infecção de ferida operatória ocasionada por micro-organismos resistentes e não resistentes.
infecção de ferida operatória; resistência medicamentosa; cirurgia