RESUMO
Contexto
A doença arterial obstrutiva periférica apresenta alta prevalência, sendo associada a elevado risco de eventos cardiovasculares. A intervenção cirúrgica ou endovascular faz-se necessária na isquemia crítica do membro.
Objetivos
Avaliar a distribuição de realização de revascularizações abertas e endovasculares nas diferentes regiões do Brasil, analisando os custos para o sistema de saúde e a mortalidade relacionada a esses procedimentos.
Métodos
Foi realizado um estudo epidemiológico observacional transversal descritivo para avaliar as cirurgias abertas e endovasculares realizadas no sistema público de saúde do Brasil entre 2010 e 2020. Os dados foram coletados através do Departamento de Informática do SUS (Datasus).
Resultados
No período analisado, foram registradas 83.218 internações para realização de cirurgias abertas e endovasculares, com um custo total de R$ 333.989.523,17. Houve predominância das internações para os procedimentos percutâneos (56.132) em relação aos cirúrgicos convencionais (27.086). As Regiões Sudeste e Sul concentraram a maior parte do total de procedimentos realizados no país (83%), enquanto a Região Norte foi a que apresentou a menor taxa de internação. Observou-se uma tendência decrescente para os procedimentos abertos, e uma tendência crescente para os endovasculares. A média de permanência hospitalar foi menor nos procedimentos endovasculares (5,3 dias) em relação aos abertos (10,2 dias). Além disso, notou-se uma maior taxa de mortalidade hospitalar relacionada à revascularização aberta em relação à endovascular (5,24% versus 1,56%).
Conclusões
As técnicas endovasculares consistiram em uma abordagem dominante no tratamento cirúrgico da isquemia crítica, apresentando menor taxa de mortalidade hospitalar e menor tempo de internação quando comparada às cirurgias abertas.
Palavras-chave:
doença arterial obstrutiva periférica; revascularização aberta; cirurgia endovascular