O presente trabalho oferece uma reconstrução do modo pelo qual Aristóteles concebe a explicação causal em sua filosofia natural tomando como ponto de partida a conexão sistemática entre a teoria da causalidade, por um lado, e a tese da composição hilemórfica e a teoria dos princípios da mudança, por outro. Sobre essa base, apresenta-se uma caracterização do modelo aristotélico de causalidade, atentando para algumas de suas principais marcas distintivas. Por último, considera-se diversos aspectos e problemas que tal modelo coloca em conexão com a teoria aristotélica da continuidade. Concentra-se, especialmente, nos problemas vinculados à função causal peculiar que o entorno desempenha no marco da concepção aristotélica, a qual pode ser caracterizada, desde este particular ponto de vista, como uma forma determinada de holismo de base.
Aristóteles; causalidade; hilemorfismo; continuidade; holismo de base