Neste ensaio, argumento que qualquer um que adotasse um falsificacionismo do tipo que tenho atribuído a Nietzsche se sentiria atraído pela doutrina do eterno retorno. Para Nietzsche, pensar o 'vir a ser' revelado por meio dos sentidos significa falsificá-lo por meio do 'ser'. Mas o eterno retorno oferece a possibilidade de pensar o 'vir a ser' sem falsificação. Em seguida, argumento que qualquer um que mantenha o falsificacionismo de Nietzsche veria na ação humana um conflito entre o 'ser' e o 'vir a ser', de modo semelhante ao que ocorre no juízo empírico. À luz desse conflito apenas o eterno retorno ofereceria a possibilidade de afirmar a vida de modo verdadeiro. Para concluir, discuto de que maneira tal leitura do eterno retorno resolve uma série de enigmas que têm atormentado os intérpretes.
Nietzsche; Afrikan Spir; eterno retorno; ser; vir a ser; falsificação