RESUMO
Neste artigo argumento que Nietzsche desenvolve a ideia de uma gaia ciência, que afirma a vida, como um possível resultado de uma história cultural do ascetismo e da sublimação. As seções finais da "Genealogia da moral" introduzem uma distinção entre ciência normal e idealista e discutem suas respectivas relações com o ascetismo. A prática do trabalho científico normal e a busca idealista pela verdade revelam, ambas, a falta de ideais autônomos. Uma análise de sua compreensão do conhecimento hipotética e instrumentalista mostra (contra Charles Larmore) que a discussão nietzscheana da verdade não é autorrrefutável. Nietzsche não é um inimigo da ciência, mas afirma uma posição privilegiada para a filosofia na hierarquia das disciplinas em um amplo contexto de emancipação cultural.
Palavras-chave:
Verdade; Ciência; Ascetismo; Autocontradição; Jovialidade; Seriedade