Resumo
O objetivo deste trabalho é examinar a causalidade, as formas de sua expressão, os diferentes significados de ‘porque’ e suas funções discursivas, em turnos conversacionais de uma reunião de uma imobiliária. A pesquisa apontou para os seguintes resultados: (a) muitas orações introduzidas por ‘conjunção subordinativa’ não são realmente subordinadas; por outro lado, a relação causa-efeito nem sempre é sinalizada por meios tradicionais e, além disso, podendo ocorrer implicitamente, caso em que o ouvinte precisa deduzir a conexão através do contexto; (b) existem três tipos de causalidade: de conteúdo, epistêmica e de ato de fala; e (c) a construção causal envolve outras funções discursivas: dentro da perspectiva dialógica da linguagem, ela emerge em geral depois de relações retóricas de contraste e negação ou, mais genericamente, depois de proposições que vão contra as expectativas partilhadas. Baseamo-nos especialmente em Jordan (1998), Sweetser (1990) e Ford (1994; 2000), que estudaram as essas questões no inglês, para compará-las na língua portuguesa.
Palavras-chave:
causalidade; análise funcional; interação; fala; reunião de imobiliária