Resumo
O ensaio trata de confluências intertextuais entre Sartre e Barthes, à luz dos estabelecimentos trazidos pelos aparatos críticos das obras barthesianas completas. Trabalhando com um corpus em que se destaca a réplica de O grau zero da escritura à pergunta sobre O que é a literatura?, conjectura afinidades fundamentais entre o homem inessencial sartriano lançado na gratuidade da existência e o sujeito discursivo barthesiano preso ao arbitrário do signo. Trata-se de mostrar que, nos dois casos, a “consciência infeliz”, ao desabrigo metafisico, recobra o sentido da experiência em um embate contra as palavras. É a mesma contingência que leva a admitir, de parte a parte, a possibilidade de um conhecimento imaginário, ligado à ação de uma consciência imaginante fora da órbita dos signos.
Palavras-chave:
Sartre; Barthes; Palavra e Imagem; Crítica; Consciência infeliz