Resumo
Este artigo investiga a estética do grotesco utilizada em imagens do ex-presidente Jair Bolsonaro veiculadas em grupos de Facebook, partindo das teorias semióticas discursiva e tensiva, demonstrando sua pertinência para o entendimento dessa estética como parte das semioses humanas, e como prática social de sentido. A partir do percurso gerativo de sentido e do modo/estilo tensivo do texto, demonstra-se que as imagens grotescas, representando Bolsonaro como animal, criatura, espectro da morte e líder enlouquecido, podem ser consideradas um gênero modalizado pela retórica tensiva do acontecimento. Nas representações do político, um produtor/enunciador procura manipular um interpretante/enunciatário através de um texto com bases mitológicas que busca a intensidade do sensível e do supranatural. O grotesco, entendido como um contra (contra-programa) de um programa ideológico, torna-se uma crítica social marcada pela intensidade.
Palavras-chave:
Grotesco; Semiótica discursiva; Retórica do acontecimento; Ex-presidente Bolsonaro