Resumo
Neste artigo, são analisados de forma comparativa os discursos públicos de três presidentes argentinos - E. Duhalde, C. Fernández de Kirchner e A. Fernández - em conjunturas definidas como críticas - crise de 2001, conflito com as entidades agropecuárias e início da pandemia causada pela COVID-19, respectivamente - e são estabelecidos pontos de semelhança e divergência. Nos três corpora, observa-se a projeção de uma imagem dos locutores como professores, focada na exposição e explicação de um diagnóstico específico sobre a crise. Por outro lado, são identificadas modulações desses ethos docentes, surgidas de sua articulação com outras imagens de si mesmos: pastor-professor, no caso de Duhalde; professora especialista-mulher, no caso de Fernández de Kirchner; e consensual-paterna-professor, no caso de Fernández. Esta análise permite, por um lado, revisitar a noção metodológica de ethos híbrido convergente e, por outro lado, refletir sobre a configuração do vínculo representativo em conjunturas de crise.
Palavras-chave:
Crise; Ethos Discursivo; Vínculo Representativo