Resumo
Esse artigo busca compreender a especificidade do discurso acerca da maternidade elaborado nos ensaios e na poesia de Adrienne Rich no momento de sua afirmação feminista. De fato, estabelecendo uma continuidade com a tradição da dicção revoltada e democrática de Walt Whitman, Rich, que até hoje é pouco lida no Brasil, utiliza em seu discurso a enumeração e a narratividade buscando encenar com coragem a dor e a ambivalência relacionadas à experiência da maternidade. A violência da escrita e o uso da linguagem onírica, que enfrentam a tradição órfica patriarcal associada ao fonocentrismo tornam a poesia de Rich condizente com as propostas da desconstrução em seus aspectos subversivos.
Palavras-chave:
Maternidade; Discurso; Desconstrução; Adrienne Rich; Walt Whitman