Resumo
O século XXI nasce com marcas de silício nas veias, embalado pelo ideário de liberdade, construído a partir da explosão das tecnologias de comunicação, especialmente aquelas que proporcionam velocidade, mobilidade e ubiqüidade. A aldeola global e a Internet seriam as vedetes do novo tempo-espaço e da modernidade-mundo, nas quais barreiras, diferenças e distâncias aparecem diluídas. Nesse contexto, emerge a textualidade eletrônica, remodelando os processos de leitura e escritas tais como os conhecemos. Os nós, em que os sujeitos se prendem nessa teia, são tão complexos quanto a conexão entre links na galáxia-internet; complexos, sobretudo, pela topologia multilinear que a rede inaugura, pela fragmentação de sentidos que ela proporciona e pelo apagamento das condições sócio-históricas de produção dos dizeres que ela promove. Esse artigo lança questionamentos sobre algumas destas questões, adotando o referencial teórico da Análise de Discurso (AD) de linha francesa e interpretando o site “Eu odeio o MST”.
Palavras-chave:
textualidade; Internet; análise do discurso; sujeito; reforma agrária