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NEM NO CONVENTO, NEM NO CABARÉ, NA IMPRENSA OPERÁRIA: A AMPLIAÇÃO DAS ESFERAS DISCURSIVAS DA MULHER TRABALHADORA NA REPÚBLICA VELHA* * Este artigo é resultado parcial de pesquisa de mestrado em andamento, intitulada “Gênero, linguagem e trabalho: a escrita da mulher trabalhadora na imprensa operária brasileira da República Velha”, sob a orientação da Profa. Dra. Florence Carboni.

Neither in the convent nor in the cabaret, in the working-class press: the enlargement of the discursive spheres of the working woman in the Old Republic

Ni en el convento, ni en el cabaret, en la prensa obrera: la ampliación de las esferas discursivas de la mujer obrera en la República Vieja

Resumo

Neste artigo, investiga-se como a escrita da mulher trabalhadora na imprensa operária brasileira da República Velha (1889-1930) influenciou e refletiu a realidade da época. Para tanto, o estudo, ancorado na teoria dialógica do discurso, primeiramente contrapõe duas teses equivocadas advindas do imaginário das elites que, em suas representações, colocavam como lugar das mulheres trabalhadoras da época ora o convento, ora o cabaré, restringindo suas esferas discursivas e, com isso, as possibilidades de sua atuação linguística. Após, o artigo apresenta a relação da mulher trabalhadora com a imprensa operária como outra história de sua linguagem. Desta forma, demonstra-se que, a despeito de todas as tentativas de calar suas vozes, seja através do disciplinamento, da censura ou da estereotipação, os textos das trabalhadoras na imprensa operária mostram sua resistência e apontam os embates pelos quais ocorreu a ampliação de suas esferas discursivas na época.

Palavras-chave:
Dialogismo; Imprensa; Mulher; Trabalho

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