Este artigo tem por objetivo investigar diferentes modos de entender as relações que os atores cívicos estabelecem com os media de massa, a fim de configurar a política pública e promover a comunicação com amplas audiências. Para tanto, exploramos dois modelos: um, derivado das teorias de mobilização de recursos e da mobilização política, e outro decorrente das teorias de identidade coletiva e do reconhecimento. Examinamos as premissas desses modelos e algumas das contribuições e lacunas teóricas que apresentam para tratar a influência que os atores coletivos cívicos podem exercer, por meio da comunicação de massa, nas esferas políticas e civil. O objetivo não é advogar a superação de um paradigma por outro, mas, ao invés disso, apontar que um modelo integrado permite articular as arenas informais da sociedade civil com as arenas formais do sistema político. Permite, também, fazer importantes distinções entre diversas formas de comunicação, tais como a expressão estética, a barganha e a argumentação, as quais apresentam lógicas, efeitos e critérios de sucesso distintos.
Movimentos sociais; Mídia; Ação coletiva; Sociedade civil