O presente artigo investiga as maneiras pelas quais a natureza é operacionalizada em alguns empreendimentos interpretativos de Gilberto Freyre e Roberto DaMatta acerca da experiência societal brasileira. Defende-se a existência de um parentesco epistemológico entre Freyre e DaMatta que se revela nas maneiras como vislumbram os principais pilares da sociabilidade do Brasil contemporâneo e como delineiam a aclamada singularidade dessa sociedade em contraste com outros cenários. Aprecia-se a hipótese segundo a qual seus escritos desenvolvem um exercício de combinação do fator natureza com variáveis propriamente sociais de maneira a reforçar o diagnóstico do "desvio da experiência da modernidade no Brasil".
Modernidade no Brasil; pensamento social brasileiro; relação sociedade/natureza