Resumo
O artigo propõe uma hermenêutica da fisionomia em Machado de Assis, As Afinidades Eletivas de Goethe e “Die Doppeltgänger” de E.T.A Hoffmann. Em que medida a trágica fisionomia de Ezequiel em Dom Casmurro pode refletir uma similaridade com a criança do casal Eduard e Charlotte nas Afinidades Eletivas? Podemos estabelecer um elo entre Flora em Esaú e Jacó e Natalie em “Die Doppeltgänger” baseada na hesitação entre dois amantes que partilham da mesma fisionomia? A introdução de um terceiro e um quarto elemento num relacionamento nunca é, como observa Charlotte nas Afinidades Eletivas, sem consequências. Como Machado de Assis, Goethe e Hoffmann bem sabiam, o fantástico sempre tem algo a ensinar à prosa realista.
Palavras-chave:
hermenêutica; fisionomia; daimon; fantástico; foco narrative; natureza