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FORÇAR E PROIBIR A FALA: SILÊNCIO E IDENTIDADE RACIAL EM "MARIANA" (1871) E "MARIANA" (1891)

Resumo:

Apesar de muitos estudiosos terem notado paralelos entre "Mariana" (1871) e "Mariana" (1891), muitos concluem que são histórias diferentes que, por coincidência, compartilham o mesmo nome. Meu propósito neste artigo é analisar os temas da fala, do silêncio e da identidade racial – com ênfase particular na conexão às duas Marianas – para identificar ressonâncias entre o texto de 1871 e o de 1891. Uso a análise de Flynn, Calvo-González e Souza ( 2013FLYNN, Alex; CALVO-GONZÁLEZ, Elena; SOUZA, Marcelo Mendes de. "Coloring In" Machado de Assis and Race in Contemporary Brazil. Latin American Research Review, v. 48, n. 3, p. 3-24, 2013. ) sobre identidade racial em "Pai contra mãe" como modelo, explorando referências à negritude nos dois contos. Ao fazer isso, proponho que, mesmo que Machado pareça ter extraído a negritude do conto de 1871 e escrito o de 1891 de forma monocromática, traços e sugestões significantes de afro-brasilidade permanecem no texto.

Palavras-chave:
escravidão ; raça ; literatura afro-brasileira ; negritude

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