Resumo:
Este ensaio examina as ressonâncias de Machado de Assis na Imprensa Negra Paulista no início do século XX. Apesar das tentativas de embranquecimento de sua imagem, o texto analisa esforços pioneiros de lê-lo como escritor afro-brasileiro, explorando quatro engajamentos com a obra machadiana nos jornais Getulino (1923-1924), O Clarim d'Alvorada ( 1924 O CLARIM d'Alvorada, n. 6, 22 jun. 1924. Available at: memoria.bn.br/DocReader/844918/25 .
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) e A Voz da Raça ( 1933 A VOZ da Raça, n. 13, 17 jun. 1933. Available at: memoria.bn.br/DocReader/845027/52 .
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). A partir de um processo de decodificação da "tinta invisível" na escrita de Machado, leitores negros buscaram, por um lado, legitimar seus próprios projetos literários dentro de uma estrutura predominantemente branca e hostil, e, por outro, conferir inteligibilidade à violência antinegra e aos ecos da escravidão no Brasil República.
Palavras-chave:
Machado de Assis
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Imprensa Negra Paulista
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leitores negros