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REPERCUSSÕES DA RETÓRICA CLÁSSICA EM "A NOVA GERAÇÃO", DE MACHADO DE ASSIS

REPERCUSSIONS OF CLASSICAL RHETORIC IN "A NOVA GERAÇÃO", BY MACHADO DE ASSIS

Resumo

O artigo tem por objetivo propor uma leitura ainda pouco explorada do artigo "A nova geração", de Machado de Assis, na perspectiva do estilo, noção recorrente nos manuais de retórica e poética do Brasil oitocentista, por meio da qual o crítico analisa a obra de poetas afinados com tendências estético-literárias as mais diversas, desde os românticos retardatários, os realistas-naturalistas, os socialistas até os adeptos da chamada poesia científica.

Palavras-chave:
"A nova geração"; estilo; realismo; poesia científica

Abstract

The aim of this article is to propose a yet underexplored reading of the article "A nova geração," by Machado de Assis, from the perspective of style, a recurrent notion in the rhetoric and poetics manuals of nineteenth-century Brazil, through which the critic analyzes the work of poets in tune with the most diverse aesthetic-literary tendencies, from the late romantics, the realists-naturalists, the socialists, to the supporters of the so-called scientific poetry.

Keywords:
"A nova geração" (The new generation); style; realism; scientific poetry

Ao longo do Brasil oitocentista, os preceitos da retórica e da poética se fizeram presentes em vários setores da vida cultural brasileira, quer no púlpito, nas tribunas e nas academias, quer nos manuais escolares e nos colégios, especialmente os do Rio de Janeiro, onde aquelas disciplinas constavam dos currículos oficiais, até que foram perdendo espaço no sistema de ensino, sendo por fim expulsas da literatura, com o advento do Romantismo e do nacionalismo. A partir de então, parecia não haver mais lugar para a poética clássica, com sua prescrição da compartimentação dos gêneros, nem tampouco para a retórica, uma vez que "o êxito da prosa de ficção tornou quase de todo inoperantes as suas receitas, que pressupunham a eloquência como gênero orientador do gosto" (CANDIDO, [1969CANDIDO, Antonio. Crítica retórica. In: ______ Formação da literatura brasileira (momentos decisivos). 3. ed. São Paulo: Martins, [1969]. v. 2, p. 344-347.], p. 344).

Ao mesmo tempo, vários fatores contribuíram para que a relação dos românticos com a retórica clássica fosse permeada de ambiguidade: enquanto reivindicavam a soberania da palavra e a liberdade do escritor, não deixavam de recorrer, na elaboração do verso, às normas já existentes. Além disso, o Romantismo no Brasil não implicou completa ruptura em relação ao Arcadismo. Por fim, durante a vigência do Romantismo, observa-se "o fato de não ter aparecido nenhum espírito crítico exigente ou capaz de reinterpretar a velha poética, adequando-a ao espírito novo" (CANDIDO, [1969CANDIDO, Antonio. Crítica retórica. In: ______ Formação da literatura brasileira (momentos decisivos). 3. ed. São Paulo: Martins, [1969]. v. 2, p. 344-347.], p. 345).

Esse estado de coisas acabou interferindo na atividade crítica, dado o prolongamento da retórica clássica desde os primeiros tempos do período romântico até quase o final do século XIX, a contar pelas várias publicações produzidas para atender às necessidades do ensino, o que se evidencia a partir de títulos como Lições elementares de eloquência nacional (1834), de Francisco Freire de Carvalho; Discurso acerca da retórica (1842), de Tibúrcio Antônio Craveiro; Lições de eloquência nacional (1846), do padre Lopes Gama; Elementos de retórica nacional (1869), de Luís José Junqueira Freire; Postilas de retórica e poética (1872), de Joaquim Caetano Fernandes Pinheiro; Compêndio de retórica e poética (1879), de Manuel da Costa Honorato, entre tantos outros manuais,1 1 No levantamento realizado por Roberto Acízelo de Souza, junto à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, constam trinta e quatro títulos, publicados entre 1810 e 1898 (SOUZA, 1999, p. 46-48). muitos inspirados no livro de Hugh Blair Lectures on Rhetoric and Belles Lettres [Lições de retórica e belas-letras], publicado em 1783, com circulação no Brasil a partir da tradução francesa de J.-P. Quénot. O ano de 1891 marca a exclusão da disciplina retórica, poética e literatura nacional dos currículos escolares, substituída, em 1892, "por história da literatura nacional, ano em que o galardão de livro oficial passa para a História da literatura brasileira de Sílvio Romero" (SOUZA, 1999SOUZA, Roberto Acízelo de. O império da eloquência: retórica e poética no Brasil oitocentista. Rio de Janeiro: EdUERJ; EdUFF, 1999., p. 43).

Em que pese a influência dos protocolos retórico-poéticos nos manuais escolares brasileiros, não faltaram vozes que se insurgiram contra essa vertente da crítica, como o fez Lafayette Rodrigues Pereira, em comentário à obra de Sotero dos Reis, Curso de literatura portuguesa e brasileira (1866-1873), publicado em 1868 no Diário do Povo (e transcrito em 1873 em Pantheon Maranhense):

A crítica da escola antiga […] nascida na idade média, filha da filosofia escolástica, nada mais era do que a aplicação nua e descarnada das regras aristotélicas e horacianas aos produtos do engenho humano; era uma operação mecânica que consistia em compor o texto, isolado de suas afinidades históricas, com as máximas recebidas. […] A velha escola tem ainda adeptos aqui no Brasil, em Portugal e até nos mais cultos países da Europa. Ela aí anda a esterilizar a imaginação da mocidade na Poética de Freire de Carvalho, no Bosquejo de literatura do sr. Figueiredo, e em mil outros compêndios de retórica. (PEREIRA, 1868 apud MARTINS, W., 2002MARTINS, Wilson. A crítica literária no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves; Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2002. 2 v., v. 1, p. 145).

Doze anos mais tarde, Sílvio Romero, em A literatura brasileira e a crítica moderna, igualmente lamentava que a "ciência da crítica" estivesse ainda reduzida

[…] aos preceitos retóricos, às regrinhas do bom gosto do tempo da última Arcádia Ultramarina. […] Entre nós não há, nunca houve crítica. Servem de alimento aos moços, em matéria de literatura pátria, dois livros, novos é verdade [referência às obras de Fernandes Pinheiro e Sotero dos Reis], porém monstruosos de atrofia científica. […] Com tais guias a mocidade está sempre iludida, sempre fora da corrente das ideias. Cumpre-lhe deixá-los de lado (ROMERO, 1880 apud MARTINS, W., 2002MARTINS, Wilson. A crítica literária no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves; Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2002. 2 v., v. 1, p. 172-173).

Os protestos de Lafayette Rodrigues e Sílvio Romero irão conviver com a circulação dos tratados retórico-poéticos que, além de ensinarem aos alunos a produção de discursos capazes de persuadir o ouvinte, ainda se ocupavam "do estabelecimento das normas de composição do romance e fizeram destas últimas não somente um termômetro de avaliação do gênero, como também o objeto de uma prática de escrita" (AUGUSTI, 2006AUGUSTI, Valéria. O romance nas malhas da retórica: esforços para controlar e definir o gênero. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DA ABRALIC, 10., 2006, Rio de Janeiro. Anais… Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Literatura Comparada, 2006. CD-ROM.), antecipando-se, nesse sentido, aos historiadores da literatura, pouco interessados na discussão acerca das fronteiras entre o conto, a novela e o romance.

A abordagem prescritiva e reguladora a partir da qual o romance comparece nos compêndios nacionais de retórica deriva em grande parte da obra de Hugh Blair, que, embora não visse o romance com bons olhos, mesmo assim "defendia sua utilidade enfatizando o caráter instrutivo e moralizador, decorrente de sua provável capacidade de tornar a virtude amável e o vício odioso" (AUGUSTI, 2006AUGUSTI, Valéria. O romance nas malhas da retórica: esforços para controlar e definir o gênero. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DA ABRALIC, 10., 2006, Rio de Janeiro. Anais… Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Literatura Comparada, 2006. CD-ROM.). Daí a preocupação com a "pintura de caracteres", em atendimento à lição de Teofrasto, na obra Os caracteres, como forma de reproduzir tipos humanos recomendáveis do ponto de vista moral, em oposição àqueles cujo comportamento tornava-os menos dignos de ser imitados (AUGUSTI, 2006AUGUSTI, Valéria. O romance nas malhas da retórica: esforços para controlar e definir o gênero. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DA ABRALIC, 10., 2006, Rio de Janeiro. Anais… Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Literatura Comparada, 2006. CD-ROM.). O controle sobre o romance, derivado dos protocolos retórico-poéticos, incluía ainda a "pureza da frase" e o "estilo ameno", preceitos em consonância com determinado conjunto de valores morais.

A influência da retórica não se limitou aos compêndios escolares, mas também permeou a crítica publicada em periódicos que circularam no período romântico, e que se converteram em espaços privilegiados do debate em torno do romance. A análise de Leandro Thomaz Almeida (2008ALMEIDA, Leandro Thomaz de. Trajetórias da recepção crítica de Joaquim Manuel de Macedo. 2008. 116 f. Dissertação (Mestrado em Teoria e História Literária) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008.) sobre a recepção crítica de três obras de Joaquim Manuel de Macedo, A moreninha, por Dutra e Melo, na Minerva Brasiliense, em 1844; Vicentina, pelo cônego Fernandes Pinheiro, na revista Guanabara, edição de março de 1855; e O culto do dever, por Machado de Assis, no Diário do Rio de Janeiro, em 1866, permitiu ao pesquisador identificar critérios de avaliação em consonância com as formulações teóricas sobre o romance, expostas nos manuais retóricos. A simplicidade no modo de expressar os pensamentos para a obtenção de um estilo agradável; a "pintura de caracteres" julgados exemplares com vistas à educação moral do leitor; o recuo ao passado, em obediência ao gênero epidítico, na seleção de autores considerados modelares para o critério de julgamento; a captatio benevolentiae, ou "modéstia afetada", como recurso para a conquista da simpatia do público, são estratégias de que se valem Dutra e Melo, Fernandes Pinheiro e Machado de Assis, que remontam aos preceitos retóricos da Antiguidade greco-latina, acolhidos pelos retores dos compêndios escolares brasileiros (ALMEIDA, 2008ALMEIDA, Leandro Thomaz de. Trajetórias da recepção crítica de Joaquim Manuel de Macedo. 2008. 116 f. Dissertação (Mestrado em Teoria e História Literária) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008., p. 25-42).

Muito embora José de Alencar não tenha exercido a crítica no sentido estrito da palavra, nem produzido corpo doutrinário sistemático de preceitos, tal como o fizeram os retores dos manuais escolares de retórica e poética, a pesquisa realizada por Eduardo Vieira Martins (2003MARTINS, Eduardo Vieira. A fonte subterrânea: o pensamento crítico de José de Alencar e a retórica oitocentista. 2003. 224 f. Tese (Doutorado em Teoria e História Literária) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, 2003.) sobre o pensamento crítico de Alencar, exposto em prefácios, posfácios, notas, artigos de jornal, polêmicas literárias, por meio dos quais o escritor rebatia as críticas que lhes eram feitas, permitiu ao pesquisador identificar profunda relação da reflexão crítica do autor de O guarani com a retórica oitocentista. Na leitura desse material, Martins deu destaque ao

[…] uso de noções fundamentais da poética clássica, como os conceitos de decoro (que, apesar de não ser nomeado, orienta a análise de A confederação dos tamoios […]) e de verossimilhança (usado tanto na análise de textos de terceiros, como para justificar sua própria produção). A par da utilização desses conceitos, Alencar evidencia clara consciência dos ornamentos aptos a produzir os efeitos desejados sobre o leitor, com destaque especial para a hipérbole e a amplificação, recursos valiosos para elevar a matéria ao nível de grandiosidade conveniente e que seriam utilizados pelo romancista ao longo da sua obra ficcional. (MARTINS, E., 2003MARTINS, Eduardo Vieira. A fonte subterrânea: o pensamento crítico de José de Alencar e a retórica oitocentista. 2003. 224 f. Tese (Doutorado em Teoria e História Literária) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, 2003., p. III-IV, grifo do original).

Assim como a atuação de José de Alencar, a de Machado de Assis como crítico literário sofreu influência dos preceitos retórico-poéticos, ora com maior, ora com menor ênfase, a exemplo do artigo "Ideal do crítico", publicado no Diário do Rio de Janeiro, em 1865, no qual a exposição dos requisitos para o bom exercício crítico - ciência, consciência, coerência, independência, tolerância, urbanidade e perseverança - explicita a prevalência das prescrições de ordem moral em relação à competência literária (MARTINS, W., 2002MARTINS, Wilson. A crítica literária no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves; Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2002. 2 v., v. 1, p. 136).

Em que pesem possíveis discordâncias de Alencar em relação a alguns itens desse ideário crítico, em particular à tolerância e à urbanidade, tendo em vista as polêmicas literárias em que esteve envolvido, é a Machado de Assis que o escritor cearense irá recorrer, em carta de 1868, pedindo-lhe que opinasse acerca de algumas obras de Castro Alves, ocasião em que usa o conhecido recurso de apelar aos clássicos do passado para efeito comparativo: "Para Virgílio do jovem Dante nesse ínvio caminho da vida literária, lembrei-me do senhor. Nenhum tem os mesmos títulos" (ALENCAR, 2013ALENCAR, José de. Um poeta. In: ASSIS, Machado de. Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 331-336., p. 336). Em resposta, Machado de Assis não deixa por menos, e apela para o mesmo expediente retórico: "A musa do Sr. Castro Alves não podia ter mais feliz introito na vida literária. Abre os olhos em pleno Capitólio" (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 337).

Para além dos protocolos mais convencionais, a indiciar certa convivência de Machado com os preceitos da retórica clássica, a noção de estilo, recuperada nos manuais escolares brasileiros, permeia a crítica machadiana, com expressiva presença em "A nova geração", publicado na Revista Brasileira, em 1879. "Condição indispensável do escritor", como vai dizer no artigo, o estilo, para Machado, é exigência que se aplica à literatura e aos textos científicos, a conferir-lhes originalidade, o que leva o crítico a rejeitar a concepção de estilo como adorno, traço inseparável da noção de desvio, conforme prescrito pelos retores antigos:

[…] o estilo, pelo menos desde Aristóteles, se entende como um ornamento formal, definido pelo desvio em relação ao uso neutro ou normal da linguagem. Algumas oposições binárias bem conhecidas decorrem da noção de estilo assim compreendida: são "fundo e forma", "conteúdo e expressão", "matéria e maneira". Como princípio de todas essas polaridades está naturalmente o dualismo fundamental, linguagem e pensamento. (COMPAGNON, 1999COMPAGNON, Antoine. O estilo. In: _____. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Tradução de Cleonice Paes Barreto Mourão e Consuelo Fortes Santiago. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999. p. 165-194., p. 168, grifo do original).

Essa perspectiva dualista em relação ao estilo, derivada da retórica clássica, repercute nos manuais escolares brasileiros, como o de Junqueira Freire, Elementos de retórica nacional, na definição proposta pelo autor, com o apoio de Buffon:

[…] é o próprio homem: é um certo modo original, particular, que tem cada homem no falar, ou no escrever.

Esta originalidade, ou particularidade procede do emprego geral de certos pensamentos e palavras, a que cada um autor propende. (FREIRE, 1869FREIRE, Junqueira. Elementos de retórica nacional. Rio de Janeiro: Eduardo & Henrique Laemmert, 1869., p. 111).

Três anos mais tarde, Joaquim Caetano Fernandes Pinheiro, em Postilas de retórica e poética, com reedição em 1877 e 1885, dedica o capítulo VI da obra para tratar do estilo, definido ainda na perspectiva do dualismo linguagem e ideia:

O estilo é a maneira de exprimir o pensamento: é o caráter da dicção que resulta da escolha e da construção das palavras. […] "O estilo d'um escritor, diz Goethe, é a fiel expressão dos seus pensamentos. Quereis ter um estilo claro? Fazei com que a clareza ilumine vosso espírito se o quereis elevado, procurai possuir a nobreza de caráter." (PINHEIRO, 1885PINHEIRO, Joaquim Caetano Fernandes. Postilas de retórica e poética. Rio de Janeiro: B.-L. Garnier, 1885., p. 72-73).

Num momento em que o estilo era considerado ferramenta ultrapassada pelos adeptos da chamada crítica sociológica (MARTINS, W., 2002MARTINS, Wilson. A crítica literária no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves; Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2002. 2 v., v. 1, p. 152), que vão eleger questões de ordem político-social como critérios da análise literária, Machado de Assis recupera o conceito no artigo de 1879, no qual faz uma espécie de balanço da produção poética da "nova geração", da qual faziam parte Carvalho Júnior, Teófilo Dias, Afonso Celso, Fontoura Xavier, Valentim Magalhães, Alberto de Oliveira, Mariano de Oliveira, Sílvio Romero, Lúcio de Mendonça, Francisco de Castro, Ezequiel Freire, Artur Azevedo e Múcio Teixeira. O elenco é composto de poetas jovens, na faixa dos vinte anos, afinados com tendências estético-literárias as mais diversas, desde os românticos retardatários, os realistas-naturalistas, os socialistas aos adeptos da chamada poesia científica, cuja produção é de valor desigual, no dizer de Machado: "Nem tudo é ouro nessa produção recente; e o mesmo ouro nem sempre se revela de bom quilate […]" (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 489).

A diversidade de orientações da "nova geração" não esconde um aspecto que a identifica, em particular àqueles que abraçaram o Realismo e o cientificismo: a total rejeição ao Romantismo, atitude que demostra a imaturidade desses poetas, incapazes de reconhecer que "a extinção de um grande movimento literário não importa a condenação formal e absoluta de tudo o que ele afirmou: alguma coisa entra e fica no pecúlio do espírito humano" (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 489). Ao criticar a adesão incondicional às novas ideias e o repúdio ao passado, Machado de Assis deixa implícito seu posicionamento contrário em relação à perspectiva evolucionista que tomou conta do campo literário brasileiro na década de 1870, quando os poetas passaram a abordar temas provenientes da realidade histórico-político-social e que, até então, não tinham entrado na morada da poesia.

É o caso de Fontoura Xavier, republicano radical, autor de O régio saltimbanco, folheto no qual as críticas dirigidas ao imperador d. Pedro II faziam eco ao movimento antimonarquista que antecedeu à proclamação da República. Não são os epítetos aplicados ao imperador, e destacados por Machado - "acrobata, truão, frascário, Benoiton, equestre, deus de trampolim" (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 509) - que municiam sua crítica ao opúsculo, mas o fato de o poeta gaúcho estar "arriscando as suas qualidades nativas, com um estilo, que é a já puída ornamentação de certa ordem de discursos do velho mundo" (ASSIS, 2013ASSIS, Machado de. A nova geração. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp , 2013, p. 489-529., p. 510). Com isso, Machado de Assis está dizendo que não são as ideias políticas de Fontoura Xavier que estão em causa, mas o modo como essas ideias, revestidas por um estilo feito de imagens desgastadas, comprometem o sentido pretensamente revolucionário da obra. Daí o conselho ao poeta-militante: "Não digo ao Sr. Fontoura Xavier que rejeite as suas opiniões políticas […] digo-lhe que não deixe abafar as qualidades poéticas, que exerça a imaginação, alteie e aprimore o estilo e não empregue o seu belo verso em dar vida nova a metáforas caducas" (ASSIS, 2013ASSIS, Machado de. A nova geração. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp , 2013, p. 489-529., p. 510).

Valentim Magalhães foi outro poeta da "nova geração" também tomado pelas ideias modernas, tais como expostas em Cantos e lutas, "o céu deserto, a oficina e a escola cantando alegres, o mal sepultado, Deus na consciência, o bem no coração, e próximas a liberdade e a justiça" (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 511), e que serão repetidas em vários poemas do livro, de modo que "é sempre a mesma ideia, diferentemente redigida com igual vocabulário" (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 511). Para dar a conhecer o tom predominante de Cantos e lutas, Machado de Assis destaca, dentre outros, "Os dois edifícios", exemplo da adesão do jovem poeta à causa educacional, objeto de acalorados debates na época, mas que não encontra ressonância inovadora na fatura da obra, permeada de ideias feitas e inverossimilhanças. O poema tem como protagonista um velho assassino que, olhando pelas grades da prisão um grupo de alegres crianças saírem de uma escola em frente, murmura: "Eu nunca soube ler!" (MAGALHÃES, ano apud ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 512). Sem se deixar contaminar pelo lamento amargurado do criminoso, Machado de Assis observa: "Quer o Sr. Valentim Magalhães que lhe diga? Essa ideia, a que emprestou alguns belos versos, não tem por si nem a verdade nem a verossimilhança; é um lugar-comum, que a escola hugoísta nos metrificava há muitos anos" (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 512).

Como se percebe, o que Machado de Assis critica em Valentim Magalhães, de forma polida, mas nem por isso menos incisiva, é aquilo que identifica como sendo traço comum nas obras da "nova geração", o desconhecimento em relação ao "pecúlio" deixado pelos predecessores, a se refletir no estilo desses poetas, que nada mais fazem do que repetir expedientes literários, convertidos em lugar-comum.

Esse é o caso também de Múcio Teixeira, autor de Sombras e clarões, e de outros dois volumes de versos, Vozes trêmulas (1873) e Violetas (1875), e de um quarto, Novos ideais, que sairá em 1880. Sem entrar em pormenores acerca do último livro, que Machado de Assis diz conhecer apenas por amostras publicadas na imprensa, o crítico vai se concentrar principalmente em Sombras e clarões, obra que sofre do mesmo mal de que padeciam os versos de Valentim Magalhães, a indefectível presença de Victor Hugo, traduzida em clichê, em poemas como "O trono e a igreja" e "Gutenberg à posteridade":

Vemos aí o condor, aquele condor que à força de voar em tantas estrofes, há doze anos, acabou por cair no chão, onde foi apanhado e empalhado; vemos as epopeias, os Prometeus, os gigantes, as Babéis, todo esse vocabulário de palavras grandes destinadas a preencher o vácuo das ideias justas. (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 525-526).

Esse inventário de imagens poéticas desgastadas, às quais Múcio Teixeira recorre, traduz-se na rapidez e facilidade com que o poeta cria os seus poemas, nos quais, entretanto, a comoção que pretendem expressar está antes no poeta, do que nos versos, na interpretação de Machado: "Quando a comoção verdadeira domina o poeta, tais defeitos [as demasias] desaparecem ou diminuem; mas é rara a comoção nos versos do Sr. Múcio Teixeira" (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 526, grifo meu).

Outra bandeira hasteada pelos novos poetas, o Realismo é, entre as tendências estéticas representadas em "A nova geração", a que recebe críticas as mais severas de Machado de Assis, que irá mencioná-lo já na primeira parte do artigo, onde comparece de forma devidamente rebaixada:

Ia-me esquecendo uma bandeira hasteada por alguns, o realismo, a mais frágil de todas, porque é a negação mesma do princípio da arte. Importa dizer que tal doutrina é aqui defendida, menos a doutrina que é, do que como expressão de certa nota violenta, por exemplo, os sonetos do Sr. Carvalho Júnior. Todavia, creio que, de todas que possam atrair a nossa mocidade, esta é a que menos subsistirá, e com razão; não há nela nada que possa seduzir longamente uma vocação poética. (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 494-495).

Não é de estranhar a desvalorização do Realismo ao longo de "A nova geração", quando se lembra da crítica severa de Machado de Assis ao romance O primo Basílio, de Eça de Queirós, publicada em abril de 1878, no jornal O Cruzeiro. As restrições que Machado fazia ao romance do escritor português insidiam, em particular, sobre aquele aspecto da estética realista, a obsessão por tudo narrar e descrever, conforme deixou registrado: "Porque a nova poética é isto, e só chegará à perfeição no dia em que nos disser o número exato dos fios de que se compõe um lenço de cambraia ou um esfregão de cozinha" (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 469).

A obsessão realista pela descrição exaustiva e detalhada é retomada no artigo de 1879, quando o crítico analisa alguns poemas do livro Canções românticas, de Alberto de Oliveira, nos quais identifica detalhes desnecessários da realidade exterior a comprometer o estilo do poeta, com "um quê de flutuante, de indeciso e às vezes de obscuro", assim também as suas ideias, que "não se lhe formulam às vezes de um modo positivo e lógico" (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 514). Dado o período de transição em que se encontrava Alberto de Oliveira, detentor de um "lirismo pessoal", mas em busca de "uma alma nova" (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 513), Machado alerta o jovem poeta quanto às limitações da estética nova: "O realismo não conhece relações necessárias, nem acessórias; sua estética é o inventário" (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 515).

Enquanto o Realismo tem presença episódica na poesia de Alberto de Oliveira, na obra de Carvalho Júnior, Parisina, organizada por Artur Barreiros, depois da morte do amigo, a nova estética, traduzida em cenas de sensualidade explícita, quando não de lubricidade bestial, predomina de tal forma que Machado de Assis vai dizer: "Nunca, em nenhum outro poeta nosso, apareceu essa nota violenta, tão exclusivamente carnal" (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 499). Dessa preferência pela carne, decorre o estilo de Carvalho Júnior, na interpretação metafórica do crítico: "Não conhecia o Sr. Carvalho Júnior as atenuações da forma, as surdinas do estilo; aborrecia os tons médios. Das tintas todas da palheta a que o seduzia era o escarlate" (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 500).

O destaque conferido, dentre outros, ao poema "Antropofagia", exemplo do estilo "escarlate" do autor, funciona também como contraponto ao soneto de Álvares de Azevedo, "Pálida à luz da lâmpada sombria", por meio do qual Machado de Assis avaliava a mudança drástica produzida na poesia brasileira, nos últimos trinta anos:

Vai em trinta anos que Álvares de Azevedo nos dava naquele soneto, "Pálida à luz da lâmpada sombria", uma mistura tão delicada da nudez das formas com a unção do sentimento. Trinta anos bastaram à evolução que excluiu o sentimento para só deixar as formas; que digo? para só deixar as carnes. Formas parece que implicam certa idealidade, que o Sr. Carvalho Júnior inteiramente bania de seus versos. (ASSIS, 1879, p. 384).

Depreende-se da comparação entre o estilo dos dois poetas que a intenção de Machado não se restringia a rejeitar o Realismo, mas também, ao invocar Álvares de Azevedo, deixar registrada sua dívida, uma vez que ele, no passado, foi amamentado pela musa romântica, "aquela grande moribunda" (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 490).

Outra tendência estética, abraçada com entusiasmo por alguns nomes da nova geração, a poesia científica, movimento gerado sob o influxo do Positivismo, e que surgiu no âmbito da Escola do Recife, vai ser objeto das críticas pesadas de Machado de Assis, dirigidas em particular ao livro de Sílvio Romero, Cantos do fim do século. Aqui também, em sintonia com a pauta retórica clássica, Machado de Assis elege o estilo de Romero (ou a falta dele), como núcleo da crítica à obra do historiador sergipano, a se manifestar até mesmo nos seus artigos de crítica parlamentar, publicados na imprensa:

Faltava-lhes estilo, que é a grande lacuna nos escritos do Sr. Sílvio Romero; não me refiro às flores de ornamentação, à ginástica de palavras, refiro-me ao estilo, condição indispensável do escritor, indispensável à própria ciência - o estilo que ilumina as páginas de Renan e de Spencer, e que Wallace admira como uma das qualidades de Darwin. (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 516).

Depreende-se da observação de Machado de Assis em relação ao estilo, caricaturizado como "flores de ornamentação", "ginástica de palavras", que ele se insurgia contra uma maneira de entender a linguagem da literatura e da ciência como um acervo de fórmulas consagradas, de modo que qualquer indivíduo dotado de boa memória poderia se tornar escritor.

Enquanto faltava estilo aos textos de imprensa de Sílvio Romero, os poemas de Cantos do fim do século, sob essa ótica, são atravessados pela luta entre o pensamento e a forma: "No livro do Sr. Romero achamos essa luta entre o pensamento que busca romper o cérebro, e a forma que não lhe acode ou só lhe acode reversa e obscura: o que dá a impressão de um estrangeiro que apenas balbucia a língua nacional" (ASSIS, 2013______. Ideal do crítico. In: Crítica literária e textos diversos. Organização de Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo. São Paulo: Editora Unesp, 2013, p. 236-240., p. 517).

Ao caracterizar o estilo dos versos de Romero em termos do embate entre conteúdo e expressão, o crítico dá a entender que esse é um problema ainda mais grave do que praticá-lo como ornamento, pois que no caso dos poemas não se tratava de a forma se sobrepor ao conteúdo, mas de haver total desacordo entre a face interna e externa da criação. Daí a comparação sobre o desempenho do aspirante a poeta com o falar do "estrangeiro que apenas balbucia a língua nacional", a sugerir insuficiência de conhecimento, no que se refere ao exercício da poesia, como também hesitação no domínio da língua.

Observa-se, assim, que a escolha calculada do verbo "balbuciar", associada à metáfora do "estrangeiro", a insinuar alguém que desconhece as regras do campo no qual pretende ingressar, permitiu a Machado apontar, em construção metaestilística, a malograda estreia de Sílvio Romero na poesia. Anos mais tarde, o rancoroso historiador, como se sabe, não deixará passar a oportunidade de fustigar o estilo de Machado de Assis, ao retomar com intenção ferina aquela acepção do verbo-chave machadiano, "balbuciar", com o significado de gaguejar, de modo a diagnosticá-lo, perversamente, como "uma lacuna do romancista nos órgãos da fala" (ROMERO, 1992ROMERO, Sílvio. Machado de Assis: estudo comparativo de literatura brasileira. Campinas: Editora da Unicamp, 1992., p. 122).

Considerações finais

Em meio à voga, no Brasil oitocentista, do historicismo na crítica literária e do cientificismo no romance e na poesia, Machado de Assis vai se opor a essas tendências ao resgatar a noção de estilo, ferramenta que lhe permitiu analisar as obras dos poetas da "nova geração", e por meio da qual o crítico evidencia uma compreensão da literatura enquanto exercício de linguagem.

Referências

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  • COMPAGNON, Antoine. O estilo. In: _____. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Tradução de Cleonice Paes Barreto Mourão e Consuelo Fortes Santiago. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999. p. 165-194.
  • FREIRE, Junqueira. Elementos de retórica nacional. Rio de Janeiro: Eduardo & Henrique Laemmert, 1869.
  • MARTINS, Eduardo Vieira. A fonte subterrânea: o pensamento crítico de José de Alencar e a retórica oitocentista. 2003. 224 f. Tese (Doutorado em Teoria e História Literária) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, 2003.
  • MARTINS, Wilson. A crítica literária no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves; Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2002. 2 v.
  • PINHEIRO, Joaquim Caetano Fernandes. Postilas de retórica e poética. Rio de Janeiro: B.-L. Garnier, 1885.
  • ROMERO, Sílvio. Machado de Assis: estudo comparativo de literatura brasileira. Campinas: Editora da Unicamp, 1992.
  • SOUZA, Roberto Acízelo de. O império da eloquência: retórica e poética no Brasil oitocentista. Rio de Janeiro: EdUERJ; EdUFF, 1999.
  • 1
    No levantamento realizado por Roberto Acízelo de Souza, junto à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, constam trinta e quatro títulos, publicados entre 1810 e 1898 (SOUZA, 1999SOUZA, Roberto Acízelo de. O império da eloquência: retórica e poética no Brasil oitocentista. Rio de Janeiro: EdUERJ; EdUFF, 1999., p. 46-48).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Mar 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    31 Jan 2023
  • Aceito
    28 Fev 2023
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