O presente artigo discute o conto "O anjo das donzelas" (1864), um dos primeiros que Machado de Assis publicou no Jornal das Famílias. Nossa reflexão pretende mostrar que Machado cria, nessa narrativa, uma curiosa discussão sobre o tipo de leitura a que as jovens da época estavam expostas e os efeitos equivocados que eventualmente poderiam ter em sua "formação moral", aspecto, aliás, bastante valorizado pelo veículo que fez circular o conto. Para o desenvolvimento de nossas considerações, partimos das duas citações que o autor faz da tragédia Romeu e Julieta, de Shakespeare, a nosso ver uma referência desencadeadora de várias possibilidades de significação dentro do contexto ficcional criado pelo escritor brasileiro no início de sua carreira.
Shakespeare; "O anjo das donzelas"; Romeu e Julieta; conto