Resumo
Este artigo propõe uma leitura de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, a partir da perspectiva irônica do narrador, tema já amplamente estudado por críticos da obra machadiana. Apresenta-se uma revisão de literatura sobre a ironia nessa obra machadiana, por se tratar de um conceito basilar para interpretação da narrativa. As passagens irônicas tangenciam temas da sociedade brasileira do século XIX e se desdobram nos conceitos que nos fazem problematizar a modernidade, tempo em que se percebe a ditadura de padrões de ultranarcisismo. Os conceitos de "ironia", "riso", assim como os subsídios teóricos trazidos pela fortuna crítica do autor, foram fundamentais para o desenvolvimento das ideias propostas nesta análise, que sugerem a polifonia presente no texto e na própria voz narrativa.
Palavras-chave:
ironia; Machado de Assis; Memórias póstumas de Brás Cubas; riso; polifonia