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Gabriel Tarde e as ciências sociais francesas: afinidades eletivas

Este artigo investiga os fatores que contribuíram para a ascensão intelectual de Tarde nos anos 1890, tendo-se em conta o fato de que o autor não tinha as credenciais acadêmicas necessárias para a carreira universitária. Procuro mostrar que Tarde conquistou prestígio junto a instâncias do poder intelectual e político contrárias à crescente autonomia da universidade e das ciências sociais. Os grupos pertencentes ao pólo pedagógico e ao pólo técnico-profissional ainda eram hegemônicos nos anos 1890, mas passaram a disputar com Durkheim a definição legítima das novas disciplinas. Como parte de uma estratégia estamental, esses grupos elegeram a psicologia social de Tarde como instrumento de combate, autor que correspondeu às expectativas e acumulou capital social nas mais diversas instâncias intelectuais e políticas, sendo por isso amplamente recompensado.

Gabriel Tarde; Campo intelectual; França; século XIX; Sociologia das ciências sociais


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