Examinando a experiência dos Toba qom do Chaco argentino na conquista da cidadania, da terra e do Evangelho, analisamos as múltiplas formas de ser qom, evidenciando que, ainda que exista um repertório amplo de possibilidades de ser toba, esse repertório não é infinito. Destacamos que, para uma subjetividade em devir, a relação dos Qom com os brancos é, por princípio, fundamental para a constituição de si mesmo, e evidenciamos que as diferenças "internas" são inerentes ao processo histórico de constituição dos Toba. Analisamos as múltiplas perspectivas de relação com os brancos que surgem a respeito do evento do aparecimento de um bairro periurbano na década de 60, centrando-nos na noção qom de agência e sem nos limitarmos nem às fronteiras geográficas do bairro nem àquelas históricas da relação dos Qom com o Estado-nação. A relação dos Qom com os brancos pode ser traçada como a história de uma separação de seres semelhantes. Propomo-nos demonstrar que, na contracorrente de tal separação, através do Evangelho, da terra e da cidadania e almejando conquistar a igualdade, os Qom tentaram se transformar - novamente - em afins de antigos inimigos.
Toba; Agência indígena; Ação política; História recente