Resumo
O artigo aborda a existência de um discurso de esvaziamento que produz concomitantemente a urgência de um preenchimento, criando zonas com potencial de gentrificação. A partir de experiências vividas por moradoras ameaçadas de remoção na zona portuária do Rio de Janeiro - especificamente na favela da Providência e seus arredores - o artigo explora as orientações da governamentalidade na produção de deslocamentos forçados, destacando a resiliência como parte de um conjunto de resistências acionadas por essas moradoras para permanecerem na favela. Reconhecendo a produção de um processo de desabitação, o texto descreve as práticas de Estado, especialmente através do rumor e do terror, na construção de territórios de vulnerabilidade.
Palavras-chave:
Resistência; Estado; Gentrificação; Favela; Remoção