Acessibilidade / Reportar erro

AS MULHERES TAMBÉM LUTAM: UMA “POLÍTICA SEXUAL” A PARTIR DOS CORPOS DAS MULHERES QOM (TOBAS DO OESTE) ANTES NA CONVERSÃO SOCIORRELIGIOSA (CHACO CENTRO OCIDENTAL)

Resumo

Neste artigo reconsidero as antigas "brigas de mulheres" das mulheres tobas do oeste (tobas-pilagá ou Nachilamole#ek) como uma forma de política sexual feminina e analiso-as no contexto do antigo sistema de sexo-gênero toba onde a matrilocalidade, a circulação de homens e a sexualidade transactiva seriam as principais características, segundo minha hipótese. Tais formas de violência interfeminina foram comuns em vários grupos indígenas do Gran Chaco, e, nas aldeias dos tobas do oeste nas primeiras décadas do século XX, estas brigas foram presenciadas e reprovadas por missioneiros anglicanos. Reflito também sobre os vínculos entre estas expressões de violência e a construção do género no passado, a divisão sexual do trabalho e o imaginário sobre o género feminino. Meu hipótese é que estas brigas eram um campo de ação feminino onde eram dirimidos assuntos vinculados à concorrência pelo acesso e controle daqueles homens (maridos e genros) que faziam parte de unidades domésticas matrilocais.

Palavras-chave:
Tobas-Chaco-Mulheres- Gênero-Política Sexual

Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - PPGAS-Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Quinta da Boa Vista s/n - São Cristóvão, 20940-040 Rio de Janeiro RJ Brazil, Tel.: +55 21 2568-9642, Fax: +55 21 2254-6695 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: revistamanappgas@gmail.com