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Entre o futuro que já chegou e o passado que nunca passou: diplomacias chaquenhas no antropoceno

Resumo

Desde que Crutzen e Stoermer (2000) propuseram chamar “antropoceno” à época atual, os debates em torno a este termo se notabilizaram. As filosofias e práticas indígenas chaquenhas e amazônicas que apresentaremos neste artigo revelam concepções do desequilíbrio climático contemporâneo que diferem das posições predominantes no Ocidente. Mostraremos que certos relatos ameríndios se sustentam em noções de tempo espiralado, aceitam a latência de metamorfoses interespecíficas e repartem a agência entre múltiplos seres que devem reabilitar entre si relações de cuidado e diplomacia. Indicaremos também, que as sociedades indígenas viveram mudanças ambientais profundas desde o momento mesmo da conquista de seus territórios e que, nesse sentido, a crise global atual seria parte de um padrão mais amplo de mudanças com os que elas já vêm lidando. Sustentaremos, finalmente, que cosmologia e geopolítica são ângulos indissociáveis de um mesmo processo antropocênico.

Palavras-chave:
Antropoceno; Povos indígenas; Cosmologia; Gran Chaco; Amazonia

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