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Doença de Alzheimer e xamanismo: diálogos (im)possíveis

Alzheimer’s disease and shamanism: (im)possible dialogues

Enfermedad de Alzheimer y chamanismo: diálogos (im)posibles

Resumo

Relacionar os processos demenciais ao tornar-se louco ou ser outra pessoa, estar possuído, foi algo que encontrei em cenas e relatos de meu material de campo. É numa tentativa de compreender o que está em jogo nesse “devir outro” que faço um diálogo entre doença de Alzheimer e xamanismo enquanto fenômenos que lidam com processos de transformação em situações-limite, como doença, infortúnio, desordem, morte. Tal diálogo, que percorre aproximações e distanciamentos, permite pensar nos deslocamentos das noções de pessoa, doença e realidade entre os diferentes sujeitos e campos. Ao trazer a discussão sobre xamanismo como um valor de contraste, uma analogia “boa pra pensar”, busquei outras referências para a compreensão da doença de Alzheimer não só como diagnóstico, mas também como experiência, modo de vida - um “mundo outro” - , mostrando como o discurso biomédico da “dissolução de self” se fundamenta em uma noção específica de pessoa.

Palavras-chave:
Doença de Alzheimer; Xamanismo; Alucinação; Noção de pessoa; Etnografia

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