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As vicissitudes do "ensaio sobre o dom"

A partir dos anos 60, antropólogos de diferentes tradições nacionais passaram a convergir no sentido de considerar que o texto de Marcel Mauss, "Ensaio sobre o Dom", contivesse uma teoria da troca, que atribui à identificação entre a coisa dada e o espírito do doador o princípio de explicação das transações. Esta interpretação contrasta com a que tiveram os contemporâneos de Mauss, os quais resgataram do trabalho suas dimensões relativas ao direito, às obrigações e às prestações totais. Partindo desta constatação, o artigo problematiza o destino do ensaio e busca torná-lo inteligível. Para tanto examina as condições sociointelectuais que contribuíram para que se produzisse a inflexão na leitura e a consolidação de uma espécie de crença coletiva em relação ao trabalho. Através deste estudo de caso, a autora identifica mecanismos que operam no processo de construção de teorias, na conformação de representações acerca de textos e na sua consagração no âmbito da antropologia.


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