Resumo
Este artigo tem dois objetivos centrais. Primeiro, apresentar uma revisão dos estudos antropológicos sobre gênero e parentesco em comunidades aymaras, com foco na literatura produzida na Bolívia, no Chile e no Peru. Segundo, revisar a literatura sobre a mobilidade transnacional/transfronteiriça de mulheres indígenas aymaras bolivianas. Começaremos problematizando conceitos clássicos sobre parentesco e patriarcado, retomando as críticas que o feminismo ofereceu a estes argumentos. Em seguida, revisaremos os trabalhos do andinismo clássico sobre a visão de mundo das comunidades aymaras, os estudos sobre gênero nessas comunidades e os trabalhos sobre a migração feminina boliviana na América do Sul. Terminaremos com uma revisão das críticas às concepções clássicas sobre a complementaridade simbólica aymara. Especificaremos, para apontar possibilidades investigativas futuras, a abertura de uma agenda das lideranças indígenas na Bolívia indagando sobre o uso da visão de mundo aymara como plataforma política nacional neste país.
Palavras-chave:
Teorias antropológicas; Feminismos; Comunidades aymaras; Estado da arte; Bolívia