OBJETIVO: Avaliar a insulinemia em pacientes com dermatomiosite virgens de glicocorticoide e avaliar a resistência insulínica, utilizando o modelo de avaliação da homeostase de resistência insulínica (HOMA2-IR).
MÉTODOS: Este estudo transversal incluiu 25 pacientes com dermatomiosites, não-diabéticos e sem uso prévio de glicocorticoides. Para o grupo de controle, 50 voluntários foram pareados por idade, gênero, etnia, peso e estatura. O índice HOMA2-IR foi calculado a partir de dados basais de insulina e glicose. Os parâmetros do International Myositis Assessment & Clinical Studies Group (IMACS) foram utilizados para avaliar o status da doença.
RESULTADOS: A méda de idade dos pacientes foi de 43,5 anos, predominantemente do sexo feminino. Os pacientes apresentaram baixa atividade de doença de acordo com os parâmetros do IMACS. O índice de massa corporal e a circunferência da cintura foram maiores no grupo da dermatomiosite em comparação com o grupo controle. O nível de insulina e o HOMA2-IR também foram maiores em pacientes com dermatomiosite. Além disso, analisando a dermatomiosite isoladamente, o índice HOMA2-IR correlacionou-se positivamente com o peso, o índice de massa corporal e a circunferência da cintura e foi independente dos parâmetros de status da doença.
CONCLUSÕES: Pacientes com dermatomiosite apresentam valores mais elevados de insulinemia basal, resistência à insulina, índice de massa corporal e circunferência da cintura. Além disso, o HOMA2-IR está moderadamente correlacionado com esses parâmetros antropométricos. Essas anormalidades metabólicas estão relacionadas ao desenvolvimento da síndrome metabólica, uma das principais comorbidades observadas na dermatomiosite.
PALAVRAS-CHAVE: Glicose; resistência a insulina; dermatomiosite; síndrome metabólica; miosite