Área da bacia |
É a área total projetada sobre um plano horizontal, da área de contribuição de escoamento para a determinada ordem, e incluindo todos os tributários de ordem inferior (STRAHLER,1957STRAHLER, A. N. "Quatitative analysis of watershed geomophology". Transactions of the American Geophysical Union. v. 38, n. 6, p. 913-920, 1957.), Representa a área de captação disponível e, portanto, quanto maior a área, maior poderá ser o volume de precipitação entrando no sistema bacia hidrográfica. Schumm (1956, apudSTRAHLER, 1957STRAHLER, A. N. "Quatitative analysis of watershed geomophology". Transactions of the American Geophysical Union. v. 38, n. 6, p. 913-920, 1957.) afirma que a área da bacia cresce exponencialmente com a ordem dos canais. Além disso, quanto maior a área da bacia, maior o número de canais de 1ª ordem, e maior o perímetro da bacia (ZÃVOIANU, 1985, apud SOUZA, 2005SOUZA, C. R. de G. "Suscetibilidade Morfométrica de Bacias de Drenagem ao Desenvolvimento de Inundações em Áreas Costeiras". Revista Brasileira de Geomorfologia, ano 6, n.1. pp 45-61, 2005.). |
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Perímetro da bacia
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Projeção horizontal da linha que contorna o divisor de águas ((ZÃVOIANU, 1985, apudSOUZA, 2005SOUZA, C. R. de G. "Suscetibilidade Morfométrica de Bacias de Drenagem ao Desenvolvimento de Inundações em Áreas Costeiras". Revista Brasileira de Geomorfologia, ano 6, n.1. pp 45-61, 2005.). |
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Ordem hierárquica
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Segundo Strahler (1957)STRAHLER, A. N. "Quatitative analysis of watershed geomophology". Transactions of the American Geophysical Union. v. 38, n. 6, p. 913-920, 1957., a rede hidrográfica se divide em segmentos individuais de rio, estando cada segmento situado entre duas confluências. O ordenamento dos rios é realizado a partir da atribuição da ordem 1 aos rios que não possuem tributários, ou seja, são nascentes; a ordem 2 é atribuída ao rio formado pelo encontro de dois rios de primeira ordem; este rio, por sua vez, só se torna de terceira ordem ao encontrar outro segmento de segunda ordem. A confluência de rios de ordens diferentes não altera o grau de ordenamento. A hierarquia fluvial indica o grau de ramificaão da bacia, sendo importante na determinação da velocidade com que a água escoa até o exutório. Assim, a descarga aumenta em relação exponencial com o aumento da ordem hierárquica do canal. (SOUZA, 2005SOUZA, C. R. de G. "Suscetibilidade Morfométrica de Bacias de Drenagem ao Desenvolvimento de Inundações em Áreas Costeiras". Revista Brasileira de Geomorfologia, ano 6, n.1. pp 45-61, 2005.), |
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Comprimento vetorial do canal principal
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Distância, em linha reta, entre a nascente e a foz do canal principal. Tem relação diretamente proporcional com a área e o perímetro da bacia (HORTON, 1945HORTON, R. E. "Erosional development of streams and their drainage basins: hydrophysical approach to quantitative morphology". Bulletin of the Geological Society of America, v. 56, p. 275-370. 1945.). |
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Gradiente do canal principal
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O gradiente do canal principal é a relação entre sua amplitude altimétrica e o seu comprimento, sendo seu resultado expresso em graus ou porcentagem. Está relacionado com energia potencial do rio, e consequentemente seu poder erosivo (SANTOS, 2006SANTOS, G. F. "Geomorfologia". In: AUMOND, J. J. FRANK, B. (org.). Atlas da Bacia do Itajaí: Formação, Recursos Naturais e Ecossistemas. Blumenau: Edifurb, 2006 (no prelo).) |
Gcp = Acp/Ccp x 1000 |
Coeficiente de compacidade
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O coeficiente de compacidade ou índice de Gravelius é utilizado para determinar a forma das bacias hidrográficas, sendo, assim como o Índice de circularidade, relacionado com um círculo. O coeficiente de compacidade tem valor mínimo 1,0, correspondendo a bacias perfeitamente circulares. Quanto mais próximo da unidade, maior a tendência ao desenvolvimento de cheias. Representa a relação entre o perímetro e a área da bacia (VILLELA & MATTOS, 1975VILLELA, S. M. MATTOS, A. Hidrologia Aplicada. São Paulo: McGraw-Hill, 1975.). |
Kc=0,28 x P/√A |
Fator de forma
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O fator de forma relaciona a forma da bacia com um retângulo. Valores de fator de forma menores que 0,50 significam bacias nao sujeitas a inundações; valores entre 0,50 e 0,75 representam tendencia mediana, enquanto valores entre 0,75 e 1,0 sugerem bacias sujeitas a inundações (VILELLA e MATTOS, 1975VILLELA, S. M. MATTOS, A. Hidrologia Aplicada. São Paulo: McGraw-Hill, 1975.). |
F = A/L2
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Índice de forma |
O Índice de Forma expressa a relação entre o perímetro e a área da bacia, sendo que quanto mais próximo da unidade, maior a tendência à bacia possuir formato circular, apresentando tendência a cheias (CHRISTOFOLETTI, 1971CHRISTOFOLETTI, A. "Análise morfométrica de bacias hidrográficas". Boletim Geográfico, v. 30 n. 220, p. 131 - 159. Rio de Janeiro: jan/fev 1971.). |
K = P/2√ΠA |
Índice de circularidade |
De acordo com Christofoletti (1974)CHRISTOFOLETTI, A. "A análise de bacias hidrográficas". In: CHRISTOFOLETTI, Antonio. Geomorfologia. Edgard Blücher, EDUSP. São Paulo: 1974., o índice de circularidade foi proposto com o objetivo de eliminar a subjetividade na caracterização da forma da bacia. Para o cálculo do Índice de circularidade é necessário obter o valor da área do círculo de perímetro igual ao da bacia em questão. O Ic apresenta valores entre 0 e 1, sendo que quanto mais próximo da unidade, mais próxima da forma circular será a bacia, sendo também mais propensa ao desenvolvimento de cheias. Valores menores que 0,51 correspondem a bacias de formato alongado, que favorece o escoamento; valores maiores que 0,51 correspondem a bacias de formato circular, que favorecem o desenvolvimento de inundações; já valores de C iguais a 0,51 significam escoamento moderado e pequena probabilidade de cheias. |
C = A/Ac |
Densidade de drenagem
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A densidade de drenagem relaciona o comprimento total dos rios com a área da bacia hidrográfica. É uma das variáveis morfométricas mais importantes, e representa o grau de dissecação topográfica da bacia. Este parâmetro expressa a quantidade de canais disponíveis para o escoamento, de forma que quanto mais canais presentes na bacia, mais rápido a água precipitada atinge o exutório. É dependente de fatores como precipitação, declividade das vertentes, tipo de solo, geologia, e cobertura vegetal, sendo a resposta ao ajuste entre a precipitação e os outros fatores. Além disso, a Dd tem influência sobre o escoamento e o transporte de sedimentos dentro da bacia hidrográfica (CHRISTOFOLETTI, 1981). Pode-se classificar a Dd como muito baixa para valores menores que 0,50 Km/Km2, mediana entre 0,50 e 2,00 Km/Km2, alta entre 2,01 e 3,50 Km/Km2 e muito alta para valores acima de 3,50 Km/Km2 (BELTRAME, 1994BELTRAME, A. da V. Diagnóstico do meio físico de bacias hidrográficas: modelo e aplicação. Florianópolis: EdUFSC, 1994.). |
Dd = L/A |
Densidade hidrográfica
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Constitui a relação existente entre o número de canais e a área da bacia hidrográfica. Destina-se a comparação da freqüência de cursos de água existentes em uma área, de tamanho padrão (HORTON, 1945HORTON, R. E. "Erosional development of streams and their drainage basins: hydrophysical approach to quantitative morphology". Bulletin of the Geological Society of America, v. 56, p. 275-370. 1945.). |
Dr = N/A |
Textura da topografia
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Este parâmetro representa o grau de entalhamento e dissecação da bacia hidrográfica. Valores de textura da topografia menores do que 4,0 são classificados como textura grosseira, entre 4,0 e 10,0 textura média e maiores que 10,0 são considerados textura topográfica fina (SILVA et al., 2007SILVA, A. M. da. SCHULZ, H. E. CAMARGO, P. B. de. "Bacia hidrográfica como objeto de investigação técnico-científica e como unidade de gestão ambiental". In: Erosão e Hidrossedimentologia em Bacias Hidrográficas. São Carlos: RiMa, 2007.) |
Log Tt = 0,219649 + 1,115 log Dd |
Coeficiente de manutenção
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Representa a área mínima necessária para manutenção de um metro de escoamento (SCHUMM,1956 apudCHRISTOFOLETTI, 1974CHRISTOFOLETTI, A. "A análise de bacias hidrográficas". In: CHRISTOFOLETTI, Antonio. Geomorfologia. Edgard Blücher, EDUSP. São Paulo: 1974.) |
Cm = 1/Dd x (1000) |
Frequência de canais de cada ordem
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Refere-se à freqüência relativa de canais de cada ordem pelo número de canais totais. Um número elevado de canais de 1ª ordem está relacionado com o tempo decorrido entre a precipitação máxima e a descarga máxima no canal principal (SOUZA, 2005SOUZA, C. R. de G. "Suscetibilidade Morfométrica de Bacias de Drenagem ao Desenvolvimento de Inundações em Áreas Costeiras". Revista Brasileira de Geomorfologia, ano 6, n.1. pp 45-61, 2005.). |
Fr = Nu/Nt x (100) |
Comprimento médio dos canais de cada ordem
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Este parâmetro reflete o comprimento médios dos rios em cada ordem hierárquica, sendo relacionado ao tamanho da bacia e seus aspectos geológicos. |
Lm = Lu/Nu |
Relação de bifurcação
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Representa a relação entre o número total de segmentos de uma certa ordem e o número total de segmentos (canais, rios) de ordem imediatamente superior. A relação de bifurcação varia entre 2 para bacias planas a suave onduladas, a 3 ou 4 para bacias montanhosas ou altamente dissecadas (HORTON, 1945HORTON, R. E. "Erosional development of streams and their drainage basins: hydrophysical approach to quantitative morphology". Bulletin of the Geological Society of America, v. 56, p. 275-370. 1945.). |
Rb = Nu/"Nu+1" |