RESUMO
Sitiantes tradicionais apropriam-se da terra e gerem seus territórios por meio de saberes adaptados aos ecossistemas locais, adotando práticas comunais e regras consuetudinárias vinculadas a valores comuns ao modo de vida tradicional. A reprodução material e cultural desses grupos está calcada em uma forte condição de autonomia territorial em diversas escalas, em uma complexa rede de reciprocidade e ainda na disponibilidade de terra. Dessa perspectiva, por meio de um estudo de caso, o trabalho analisa o processo de transformação da territorialidade de um grupo frente à emergência da sociedade contemporânea. Foram constatadas diversas estratégias adaptativas nos contextos econômico, político, ecológico, demográfico e religioso. E no delineamento dessas, os valores assumem um papel decisivo. Observou-se que a estratégia econômica é a primeira a ser acionada, com perdas significativas para o acervo tecnológico tradicional, incluindo o saber sobre o uso e o manejo da biodiversidade.
Palavras chaves:
Cultura caipira; Unidades de conservação; Adaptação cultural; Conflito territorial