Resumo
Ao analisar o núcleo de desertificação denominado de Inhamuns, presente no estado do Ceará - Brasil, observa-se que o relevo representado por sua orografia, comporta-se como um dos fatores influenciadores de tal processo. Nesse artigo, busca-se compreender o papel do relevo no condicionamento do processo de desertificação, apoiando-se nas análises entre relevo, clima e ação antrópica. Para isso, realizou-se um mapeamento detalhado de compartimentação do relevo, relacionou-se a orografia com a espacialização de dados centenários pluviométricos e com o índice de aridez representado por 32 anos de dados, e verificou-se os níveis de degradação, entre 1991 e 2017, nas principais porções de interesse. Com os resultados constata-se que, o clima ao interagir com o relevo configura-se diferentes características a barlavento e a sotavento, visto identificações de menores totais pluviométricos e maior aridez na porção desertificada a sotavento; a ação antrópica está presente em áreas dentro e fora do núcleo de desertificação, com crescimento em formas de linhas em toda a área de estudo, dado o prioritário uso e ocupação, em setores próximos aos corpos hídricos e planícies fluviais; os compartimentos de relevos representados pelas depressões sertanejas 01 e 02 e maciços residuais, apresentaram-se com aumento na degradação ambiental; o primordial fator em que há oscilações nos seus dados, entre áreas desertificadas e não desertificadas, visto a presença do relevo, é o climático. Diante disso, compreende-se que, a configuração do núcleo desertificado dos Inhamuns, é resultado da ação antrópica sobre efeito do clima semiárido, a sotavento de um relevo, ao longo dos anos.
Palavras-chave:
Desertificação; Orografia; Clima