mercator
Mercator (Fortaleza)
Mercator (Fortaleza)
1676-8329
1984-2201
Universidade Federal do Ceará
Resumen
Compuesta por autores con diferentes enfoques analíticas y una gran diversidad de temas, la corriente teórica denominada posdesarrollo surgió en la década de los ochenta de una manera fuertemente comprometida con una crítica radical a la idea de desarrollo. En este sentido, este trabajo tiene como objetivo analizar la base teórico-proposicional del posdesarrollo y evaluar la consistencia de sus argumentos y la existencia coherencia entre dicha base argumentativa y la dirección proposicional de esta corriente. Para ello, se propone inicialmente un acercamiento a las principales cuestiones que se plantean en torno al posdesarrollo, con especial atención a sus dos principales vertientes de crítica a la idea de desarrollo. Posteriormente, se presentaron contraargumentos a las críticas previamente discutidas con el fin de demostrar inconsistencias y posibles aportes al campo reflexivo y operacional de la idea de desarrollo. A partir de tal debate, se concluye que el posdesarrollo permite una crítica válida y necesaria, siempre que se oriente a la mejora de proyectos de desarrollo enfocados a enfrentar la realidad objetiva de gran parte de la población brasileña y mundial. Sin embargo, despojado de este necesario enfoque práctico y de la conciencia de la gravedad de la situación social que viven las distintas poblaciones, el posdesarrollo poco puede contribuir a superar la historia de fracasos de las diversas propuestas de desarrollo.
INTRODUÇÃO
Um olhar não muito detido sobre o curso histórico do termo desenvolvimento permite perceber que a ideia (transformação de corte positivo) já se revestiu de diversas roupagens, preconizou diferentes projetos e levou a cabo processos, frequentemente, pouco compatíveis com a concretização da ideia em bases democráticas. Mais recentemente, a trajetória do desenvolvimento sofreu uma nova guinada, com a difusão da ideia de desenvolvimento alternativo - com base em participação popular, priorização de segmentos socialmente vulneráveis e no protagonismo da escala local - na retórica dos principais organismos multilaterais (PIETERSE, 2010). Ocorre que esses discursos bastante sonoros nem sempre se mostram coincidentes com as práticas ainda verificadas nas organizações internacionais e na política externa do G-8.
Parcialmente derivada do entendimento de Pieterse (1998), certa corrente teórica entendeu que, apesar da legitimidade de emprego discursivo da terminologia “desenvolvimento alternativo”, na prática, o mesmo jamais implicou em um distanciamento das perspectivas hegemônicas ou em uma ruptura com a histórica contradição entre o discurso e a prática do desenvolvimento. A constatação dessa lógica levou determinados autores a propor e difundir uma linha de pensamento que não propõe reformas na construção das propostas de desenvolvimento, e sim a demolição do seu edifício (SACHS, 2010a). Tal grupo de autores optou por recusar terminantemente o termo desenvolvimento e atribuir à essência da ideia a responsabilidade pelos projetos e processos impositivamente prescritos.
O texto que segue explora a visão de tais autores e, na sequência, analisa criticamente as limitações e inconsistências - sem desconsiderar algumas válidas contribuições - que a corrente teórica conhecida como pós-desenvolvimento apresenta. O objetivo central do artigo consiste em analisar o conteúdo teórico e propositivo do pós-desenvolvimento, avaliando a consistência de sua base argumentativa e a coerência entre esta e a orientação propositiva da corrente. Nesse sentido, a contra-argumentação realizada à perspectiva pós-desenvolvimentista tende a nortear-se pela compreensão de que projetos de desenvolvimento podem conduzir a processos autênticos de transformação positiva na vida das pessoas, ainda que sofram constrangimentos e imposições estruturais. Melhor dizendo, embora historicamente deturpada por projetos e processos enganosos, a ideia de desenvolvimento não precisa ser execrada junto com seus maus usos.
AS PERSPECTIVAS DO PÓS-DESENVOLVIMENTO: CRÍTICAS À IDEIA E À PRÁTICA DO DESENVOLVIMENTO
A corrente teórica de base pós-estruturalista e pós-colonial, com inspiração no pensamento de Michel Foucault (COSTA, 2006; VEIGA, 2006), que se consolidou pelo emprego do termo pós-desenvolvimento nasce nos anos 1980. Sob a égide não mais de uma crítica às propostas de desenvolvimento, mas de uma recusa sumária ao desenvolvimento. Como teorização coordenada sobre o tema, todavia, não é possível apontar o pós-desenvolvimento como um corpo uno e coeso de produção epistêmica. De modo inverso, as articulações entre seus partidários são dadas exclusivamente por críticas de fundo comum, em alguma medida retomadas reciprocamente por um mesmo conjunto de autores, tais como Escobar (2007, 2009), Esteva (2009, 2010), Rahnema (2010), Rist (2008) e Sachs (1990, 2010b), entre outros. As críticas mencionadas orbitam em torno de aspectos como o caráter etnocêntrico, positivista e patriarcal do Iluminismo e da Modernidade, instituições que balizam o conteúdo ideológico de todas as propostas de desenvolvimento, inclusive as alternativas, e que impõem processos disciplinadores sobre os anseios e expectativas das populações dos países do Sul global (DE VRIES, 2007; RADOMSKY, 2011).
A estrutura argumentativa das críticas produzidas pelo pós-desenvolvimento emana de dois flancos. Um centrado no apontamento das sucessivas falhas do desenvolvimento em cumprir suas promessas, enfatizando também a impossibilidade original de cumprimento destas, em razão das medidas de dominação e, na prática, espoliação que são revestidas de linguagem agradável e impostas como necessárias. O outro dirigido para a crítica da própria concepção de desenvolvimento em termos axiológicos. Uma espécie de recusa absoluta da ideia com base em princípios civilizatórios, culturais e ideológicos, que alega a dispensabilidade do desenvolvimento e o caráter retoricamente construído do binômio desenvolvimento-subdesenvolvimento. Por razões de melhor exposição da ótica do pós-desenvolvimento, convém partir do primeiro flanco de críticas.
Tal linha de encaminhamento das críticas entende que as sucessivas conceituações de desenvolvimento não passam de adaptações linguísticas e de formato, com o intuito de harmonizar o referencial propositivo com as mudanças culturais. Sem qualquer modificação substancial no caráter das medidas preconizadas, sempre comprometidas com a reprodução do establishment por meio de instrumentos que reforçam relações desiguais,
Já que o desenvolvimento sempre implica transformação e tipicamente ocorre por meio de encontros entre insiders e outsiders localizados em posições de poder diferentes, as iniciativas de desenvolvimento estão ancoradas e atravessadas por situações em que desigualdades de poder abundam. A dificuldade de realizar mudanças internamente à chamada ‘comunidade de desenvolvimento’ está intimamente relacionada ao fato de a mesma ser um campo de poder (RIBEIRO, 2008, p. 110).
O que significa dizer, como faz Escobar (2007), que a ideia de desenvolvimento - o imperativo da sua busca - foi muito hábil na formulação de um corpo de conhecimentos e de um sistema de poder sobre os países periféricos. Esse par, desde o discurso inicial de Truman1, produziu diversas teorias, estratégias e práticas exitosas na instituição de um regime de autoridade sobre o Sul global. Impondo, assim, uma condição de sujeição a esses povos e garantindo aos países desenvolvidos uma margem de controle sobre o resto do mundo.
La coherencia de los efectos logrados por el discurso del desarrollo es la clave de su éxito como forma hegemónica de representación: la construcción de los ‘pobres’ y ‘subdesarrollados’ como sujetos universales, preconstituidos, basándose en el privilegio de los representadores; el ejercicio del poder sobre el Tercer Mundo posibilitado a través de esta homogeneización discursiva (que implica la eliminación de la complejidad y diversidad de los pueblos del Tercer Mundo, de tal modo que un colono mexicano, un campesino nepalí y un nómada tuareg terminan siendo equivalentes como ‘pobres’ y ‘subdesarrollados’); y la colonización y dominación de las economías y las ecologías humanas y naturales del Tercer Mundo (ESCOBAR, 2007, p. 99-100).
O teor dessa dominação se manifestaria no fato de que os países e organismos internacionais que lideraram a promoção dos diferentes modelos de desenvolvimento permanecem recomendando os mesmos instrumentos: remodelamento das instituições, ampliação dos mecanismos de mercado e luta contra a pobreza. Embora atualmente estejam envoltos por novos slogans politicamente corretos, como o combate à desigualdade de gênero e de caráter étnico, a sustentabilidade e o estímulo ao engajamento da sociedade civil nos programas de desenvolvimento. Ocorre que a essência do problema, a dinâmica desigual do sistema econômico vigente, não é jamais questionada, oblitera-se completamente o fato de que é justamente a lógica capitalista a responsável pela manutenção da pobreza e da desigualdade.
Desse modo, a retórica do desenvolvimento funciona apenas como um recurso discursivo que legitima a imposição de mecanismos de manutenção da estrutura de poder de um sistema econômico assimétrico. Uma vez que as medidas concretamente adotadas (liberação de empréstimos mediante implementação interna do receituário neoliberal) apenas aumentam a dívida externa de países que empregam mal - ou pior, apenas para o cobrimento de suas balanças de pagamentos - os recursos que obtêm, mantendo-se, assim, em uma situação de sujeição e dependência (MONTENEGRO GÓMEZ, 2006, 2007, 2008).
O desenvolvimento é uma luz ilusória no fim do “túnel”, pois guia os habitantes dos países subdesenvolvidos por uma caminhada em que a cada passo que dão habilitam as condições para que o “túnel” se torne mais longo e a luz mais distante. Para Sachs (2010a, 2010b, 2010c), trata-se de um instrumento perverso que funciona habilmente como sucessor do ideal da independência. Finda a dominação colonial e imperialista (oficialmente), qualquer custo social ou constrangimento político seria agora válido, pois havia em jogo uma aspiração maior, uma recompensa redentora. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento talha as relações Norte-Sul sob certo corte, não apenas escudando a dominação e a manutenção de práticas espoliativas sob uma aura de legitimidade, mas também assegurando ao Norte e aos organismos financeiros internacionais a conveniente chancela da generosidade. Afinal, apenas agentes benevolentes permanecem concedendo empréstimos a países reincidentes no descumprimento das metas acordadas.
Dito de outro modo, os discursos hegemônicos sobre o desenvolvimento constroem promessas tão críveis que são capazes de turvar a inviabilidade estrutural de sua universalização. Com isso, perde-se de vista a impossibilidade material de generalizar um desenvolvimento nos moldes daquele partilhado pelo eixo Estados Unidos-Europa-Japão, conforme já apontado por autores que dedicaram a vida à defesa do desenvolvimento, caso de Furtado (2000). É a legitimidade fabricada desse discurso com tom de doutrinação cultural que nega ao Sul global a possibilidade do que Massey (2008) chama de outras trajetórias, aprofundando a crítica do pós-desenvolvimento em seu segundo flanco, o questionamento axiológico da validade e da necessidade do desenvolvimento.
Mais do que um conjunto de promessas e proposições incapazes de levar ao alcance das primeiras, por seu caráter perpetrador da desigualdade, o desenvolvimento é a consolidação do projeto de ocidentalização inscrito na racionalidade moderna. Carrega consigo um intento de homogeneização que degrada a multiplicidade cultural ou dela se apropria corrosivamente (SHIVA, 2003, 2010). Esse processo se desencadeia sob uma lógica comparativa binária muito elementar e, por isso mesmo, facilmente disseminada e internalizada. Como explica Said (1990), a superioridade do Ocidente se constrói como consequência natural da inferioridade do Oriente e dos países subdesenvolvidos (o próprio termo é bastante funcional). Assim, a racionalidade soberana e benevolente que é a marca do Ocidente é também a reafirmação da inferioridade irracional dos demais países e de sua incapacidade inata de pensar o seu destino. Daí a necessidade do beneplácito da ajuda externa a quem ainda não está pronto para caminhar com os próprios pés.
É nesse ponto que a crítica do pós-desenvolvimento transpõe sua contraposição ao conteúdo discursivo e às falácias propositivas do desenvolvimento e passa a olhar para os problemas axiológicos da própria ideia de desenvolvimento. Trata-se de dizer, como faz Esteva (2009, 2010), que a distinção entre Norte e Sul, com base no apontamento da superioridade racional do primeiro e da inferioridade do segundo, não é falsa apenas em termos culturais, mas também materiais. Em outras palavras, o subdesenvolvimento não existe, é uma condição que em 20 de janeiro de 1949 foi imposta à maior parte do mundo como estereótipo e como sina. Um arquétipo indecoroso que, revestido da autoridade civilizatória de quem o proferiu e endossou, adquiriu status de verdade incontestável. O Sul não era subdesenvolvido antes de Truman e não apenas porque a terminologia e o seu conteúdo impositivo e pejorativo não eram globalmente veiculados. Mas porque o subdesenvolvimento, como condição material da existência dos povos do Sul, foi produzido por processos como a Revolução Verde, o imperativo da industrialização e a degradação ambiental e social decorrente das diferentes “receitas” prescritas a esses países por organismos multilaterais.
Antes disso, o Sul global não era subdesenvolvido, era apenas um conjunto de sociedades caracterizadas pela presença de formas de vida diversificadas e únicas, não passíveis de comparações com o Norte. O discurso oficial do desenvolvimento negou a tais países a concretização dos potenciais contidos nesses formatos de existência singulares e lhes impôs um tortuoso caminho de conversão. As privações materiais de que padeciam as populações do Sul global antes da “descoberta” do subdesenvolvimento poderiam ser entendidas como marcas de sociedades ancestrais, nas quais a frugalidade pautava o atendimento de suas necessidades de subsistência, inexistindo a obsessão pelo consumo que define o ideal de vida das classes médias dos países desenvolvidos. A própria ideia de escassez que subjaz às políticas de combate à pobreza dos organismos internacionais não passa de consequência natural de um padrão urbano produtivista e consumista. Padrão que degrada e segrega os povos do Sul global, lhes negando sua frugalidade ancestral e os condenando à exclusão social em cidades inchadas e estruturalmente inviáveis (ESCOBAR, 2010; SACHS, 1990).
O desejo de desenvolvimento que permeia a existência desses povos explorados, portanto, é uma farsa (DE VRIES, 2007). Foi culturalmente incutido nessas populações através da associação de seu passado a uma existência de penúria material e privações indignas e da idealização de alguma forma de american way of life. Para o pós-desenvolvimento, o subdesenvolvimento é o produto da busca pelo desenvolvimento, o maior problema do Sul global é a compreensão que esses povos construíram de si mesmos. Por isso, o pós-desenvolvimento indica a necessidade de completo abandono da ideia de desenvolvimento e de incorporação de certos entendimentos no plano dos imaginários coletivos e também das ações práticas:
A nivel de los imaginarios, el posdesarrollo apunta a la creación de un espacio/tiempo colectivo donde el ‘desarrollo’ cese de ser el principio central que organiza la vida económica y social. Esto implica los siguientes elementos: cuestionar la preeminencia del concepto de crecimiento económico y desarrollo y su historicidad (visión dominante de la modernidad); desarticular paulatinamente en la práctica el modelo de desarrollo basado en la premisa de la modernización, la explotación de la naturaleza como ser no vivo, la exportación, y la acción individual. Por el lado afirmativo, implica a) reconocer la multiplicidad de definiciones e intereses alrededor de las formas de sustento, las relaciones sociales, y las prácticas económicas y ecológicas; b) el diseño de políticas desde cosmovisiones relacionales, en vez de la cosmovisión dualista dominante; c) establecer diálogos interculturales alrededor de las condiciones que podrían devenir en un pluriverso de configuraciones socio-naturales (multiplicidad de visiones, tales como liberales y comunales, capitalistas y no capitalistas, etc.); d) propender por formas de integración regional autónomas en base a criterios ecológicos y de desarrollo autocentrado (no dictado por los requerimientos de la acumulación mundial de capital), a niveles subnacionales, nacionales, regionales, y globales (ESCOBAR, 2009, p. 445).
De modo geral, o âmbito propositivo das discussões do pós-desenvolvimento orbita sobre a valorização das formas de vida das sociedades tradicionais. Nesse sentido, são enfatizados os aspectos colaborativos das coletividades tribais e a importância da recuperação contemporânea dos valores e conhecimentos que permeiam a constituição de tais sociedades. Defende-se veementemente a recuperação de valores culturais ancestrais e o abandono da racionalidade e do sistema de conhecimento difundido pela modernidade. Em especial, recusa-se em absoluto o termo desenvolvimento e qualquer iniciativa que se proponha a transformar a realidade do Sul global com base em um modelo final pré-concebido. Ao mesmo tempo, acena-se para a importância do rompimento com a lógica macroeconômica global, a partir do abandono coletivo do sistema de valores que a sustenta e legitima, a modernidade. Apesar de reconhecer amplamente muitos dos pontos colocados por essa corrente, o presente artigo não se alinha a ela. Apresentar algumas contraposições às suas perspectivas pode ajudar a elucidar o porquê desse não alinhamento.
INCONSISTÊNCIAS ENTRE A CRÍTICA DO PÓS-DESENVOLVIMENTO E SEU INCIPIENTE NÚCLEO PROPOSITIVO
Objetivamente, os autores pós-desenvolvimentistas - dentre os quais, deve-se admitir, Escobar (2007) é o mais arrazoado em suas proposições práticas (RADOMSKY, 2011; SEVILLA GUZMÁN; WOODGATE, 2013) - recorrem a propostas vagas, que ora apontam para a necessidade de constituição de uma sociedade fundada sobre bases mais materialmente despojadas, ora evocam o protagonismo dos movimentos sociais na nova era que se descortina. Uma oratória que frequentemente resvala na romantização2 desses movimentos. O fato é que, a despeito da pobreza propositiva3 do pós-desenvolvimento, os anos recentes têm presenciado o surgimento de uma profusão de propostas alternativas de desenvolvimento, as quais buscam contrapor-se ao histórico dos projetos e processos já associados a esse termo.
No entanto, para alguns autores, essas alternativas não passam de retoques de uma sofisticada maquiagem sobre a essência do mainstream. Com isso, certos processos, como a construção de consensos negociados em torno da definição de prioridades locais, são tratados como uma esterilização de conflitos para a planificação capitalista (MONTENEGRO GÓMEZ, 2007). Uma linha de argumentação que tende a questionar mais o princípio democrático do que os vícios e assimetrias que limitam a sua aplicação. Essas assimetrias são lembradas, entretanto, quando se trata de questionar a possibilidade de diálogo entre atores com diferentes margens de ação e influência, devido à posição que ocupam em diferentes geometrias de poder (MONTENEGRO GÓMEZ, 2008), já que se ignora ou negligencia a ênfase na equidade das propostas alternativas de desenvolvimento.
É prudente pontuar que não pretende com isso idealizar as possibilidades de parcerias equânimes entre grupos situados em extremos opostos em geometrias de poder contrastantes (MASSEY, 2008).
Tampouco se tenciona questionar a legitimidade das lutas históricas de movimentos sociais por direitos que lhes foram sistematicamente negados. Menos ainda, sugere-se pôr em xeque o fato de que grande parte das relações de convivência harmônica entre pequenos e grandes produtores rurais, por exemplo, envolve lógicas de exploração, sutilmente encobertas pelo signo da generosidade patronal. Todos esses pontos são verdadeiros, mas nenhum deles permite a afirmação taxativa da impossibilidade de relações dialógicas e cooperativas entre grupos diferentemente posicionados no espectro de poder. Mais que isso, nenhum dos reconhecimentos acima respalda uma atitude de fechamento prévio à multiplicidade de possibilidades abertas pela dinâmica da interação social. Ou não haveria sentido em debater-se qualquer proposta de ação social (MASSEY, 2004, 2008).
A crítica pós-desenvolvimentista, contudo, é ainda mais ampla e estende sua contestação das abordagens clássicas do desenvolvimento às vertentes alternativas de aplicação do vocábulo. Uma desconsideração e mal-ajambrada homogeneização das significativas mudanças propositivas que ocorreram na ideia ao longo dos anos. Uma vez que, como coloca Pieterse (1998, 2010), embora seja possível afirmar a transformação do desenvolvimento alternativo em mainstream, é impossível negar a divergência entre o conteúdo das proposições atuais de desenvolvimento e o teor das ideias originais de Truman. Se a austeridade econômica ainda domina as prescrições dos organismos multilaterais, sua função foi reduzida à garantia de estabilidade econômica e responsabilidade fiscal, não mais lhe cabe o papel de motor do desenvolvimento. Desenvolvimento e crescimento econômico há muito deixaram de ser sinônimos para as instituições que representam o mainstream.
Claro, há também a sempre possível evocação de que o desenvolvimento só apresenta pequenas retificações, desviando-se do âmago do problema: o caráter excludente, segregatório e produtor de desigualdade do sistema econômico capitalista (MONTENEGRO GÓMEZ, 2007). Assim, em face das limitações de origem impostas pela dinâmica macroeconômica, constrói-se uma crítica pela crítica, que ataca a retórica do desenvolvimento (ESCOBAR, 2007), mas que não consegue ultrapassar o plano do discurso. Nenhuma alternativa ao mundo da mercadoria é levantada, o pós-desenvolvimento faz de um ceticismo absoluto e essencialmente lacônico em termos propositivos o seu escudo (MORAES, 2006; POLLARD et al., 2000).
Desenvolvimento, é preciso lembrar, é apenas um verbete, uma palavra, uma unidade linguística, seu conteúdo ou núcleo de significado para as propostas alternativas que o empregam é o de mudança para melhor (PEET, 2007; SACHS, 2008; SOUZA, 2013). Uma definição que pode parecer imprecisa e realmente o é, porque o que se pretende não é
[...] definir um conteúdo específico para o ‘desenvolvimento’, como sói acontecer, [...] [mas sim] propor, discutir e testar princípios e critérios tão abertos (mas também tão coerentes) quanto possível, de maneira que a definição do conteúdo da ‘mudança para melhor’ seja deliberadamente reservada como um direito e uma tarefa dos próprios agentes sociais (sujeitos, protagonistas), e não um privilégio do analista (SOUZA, 2013, p. 262-263, grifo do autor).
Há de se admitir diversos pontos nos argumentos pós-desenvolvimentistas. De fato, o histórico do desenvolvimento justifica a acusação de que seus projetos apenas forneciam um envoltório discursivo para estratégias impositivas de direcionamento dos fluxos de capital para os países já ricos. Também é legítimo que se questione um desenvolvimento autointitulado como via única (a da ocidentalização), negligenciando a possibilidade de existência de outros caminhos. Porém é necessário ponderação ao avançar além daqui. Primeiro, porque essa não é a proposta de muitas concepções alternativas de desenvolvimento, como o desenvolvimento includente de Ignacy Sachs (2008) ou as amplas discussões sobre desenvolvimento territorial (DELGADO; BONNAL; LEITE, 2007; SAQUET, 2019), entre outras abordagens. Segundo, porque há o risco de incorrer no erro em que o pós-desenvolvimento explicitamente resvala: amalgamar diversidade e desigualdade em uma miscelânea, tornando difícil a distinção entre o que exatamente quer-se preservar.
Trata-se de um ímpeto pós-moderno muito bem incorporado pelo pós-desenvolvimento, uma condescendência passiva ante a desigualdade (nomeada diversidade) que a lúcida autocrítica de Bauman (1999) denuncia:
As notícias da pobreza e do sofrimento humanos surgem hoje como relatos mais coloridos em meio às muitas imagens sobre as várias formas de vida que as pessoas escolheram ou estão fadadas a levar (pela história, a religião, a cultura). Para uma mentalidade ensinada a tratar a sociedade como um projeto inacabado que cabia aos administradores completar, a pobreza era uma abominação; sua expectativa de vida dependia exclusivamente da determinação administrativa. Para a mentalidade que repele as visões globais, desconfiada de todos os projetos de engenharia social, essa pobreza não passa de um elemento na infinita variedade da existência. Mais uma vez, como nos tempos pré-modernos, convictos da sabedoria inescrutável e atemporal da ordem divina, podemos conviver com visões diárias de fome, falta de teto, vidas sem futuro e dignidade e, ao mesmo tempo, viver felizes, gozar o dia e dormir tranqüilamente à noite (BAUMAN, 1999, p. 272).
Nesse processo, perde-se o que Peet e Hartwick (2009) chamam de senso de urgência e se torna fácil esquecer que milhões de pessoas vivem hoje na pobreza extrema. Em uma relativização desmesurada e quase irracional de qualquer formulação teórica postulada4 (MARKUSEN, 1999; PACIONE, 1999; SOKAL; BRICMONT, 2010), a própria ideia de pobreza - não seriam formas menos materialistas de existência? (RAHNEMA, 2010) - é posta em xeque e se passa a questionar o sentido do termo “melhor” na ideia de mudança para melhor. A afirmação de Peet e Hartwick (2009) sobre a ansiedade em integrar-se em projetos de desenvolvimento de milhões de pessoas, que vivem hoje em condições sub-humanas de existência, é tratada como uma vontade condicionada pela sedução de uma narrativa. As pessoas foram doutrinadas a querer o desenvolvimento. Ante um questionamento dessa natureza, que lança dúvidas sobre a autenticidade do desejo de abandonar a inópia, a penúria e o pauperismo, a colocação de Massey (2006) - uma crítica severa do desenvolvimento unidirecional e antidemocrático - parece ser a melhor resposta: em qualquer cultura ou sociedade “agua limpia sin duda es mejor que agua sucia” (MASSEY, 2006, p. 12).
Sim, existem discursos hegemônicos sobre desenvolvimento, mas o problema não são esses discursos em si mesmos, também não é o conhecimento ocidental ou as tecnologias que tais discursos e conhecimento produziram, o problema são as assimétricas relações de poder que se valem desses instrumentos (FRASER, 2000).
As análises pós-estruturalistas geralmente esquecem, na prática, a agência por trás do discurso, ou generalizam demais a agência como ‘modernidade’ ou ‘poder’ [...]. Há uma ênfase excessiva na representação e no enquadramento dos imaginários em detrimento da praticidade e da ação (PEET; HARTWICK, 2009, p. 233, tradução nossa).
Em consonância com a compreensão desses autores, entende-se que o desenvolvimento já foi e ainda é utilizado por projetos que se desvirtuam da proposta equânime de uma vida melhor para todos. Todavia, isso não significa que a busca por transformações positivas deva ser abandonada em favor de uma indulgência contemplativa da diversidade/desigualdade. A ideia de desenvolvimento tem ainda um imenso potencial não realizado e passível de apropriação por parte daqueles que dela mais precisam.
Dessa apreensão se depreendem dois entendimentos. O primeiro é o de que os autores alinhados ao pós-desenvolvimento apresentam reflexões importantes e necessárias. Tais reflexões emanam do flanco da corrente centrado na indicação dos sucessivos fracassos propositivos do desenvolvimento e das inconsistências e insuficiências presentes em propostas de desenvolvimento alternativo5. Essas críticas denunciam os artifícios empregados por discursos hegemônicos nos processos de cooptação do potencial social de muitas proposições recentes. Além disso, o pós-desenvolvimento visibiliza a presença de tendências etnocêntricas em certas construções retóricas e estimula um repensar sobre o caráter artificial de muitos dos pilares da sociedade contemporânea. Por isso, Watts e Peet (1996) e Souza (1996) propõem a incorporação de parte das críticas do pós-desenvolvimento nas formulações alternativas de desenvolvimento, como um mecanismo de alerta em face da possibilidade de incorrer em erros passados e da necessidade de constante aprimoramento de todas as propostas concebidas.
Em linguagem mais objetiva, é preciso pensar o pós-desenvolvimento como um elemento para a construção de um campo propositivo, que olhe para frente e não beatifique um passado que pode não conter nada além da projeção das expectativas frustradas do presente. Por certo, memória e tradições culturais não podem ser esquecidas, de modo inverso, devem ser aproveitadas com vistas ao enfrentamento das condições presentes. Porém heranças do passado são trunfos e diferenciais, não amarras que impedem de ver o futuro que se abre além da idealização do passado. Não se propõe uma imposição do tempo à vida ou uma redução do espaço ao tempo nas palavras de Massey (2004, 2006), mas um conjunto coordenado de ações e eventos que mobilizem a realidade em uma direção desejável para aqueles que a constituem.
Já o segundo entendimento depreendido diz respeito à vertente de críticas do pós-desenvolvimento concentrada em professar o completo abandono da ideia de desenvolvimento. Compreende-se, conjuntamente com Pacione (1999) e Souza (1996), que não se pode renegar definitivamente uma ideia em razão das cooptações não equânimes dela já realizadas. O desenvolvimento não é intrinsecamente perverso, como postula um tanto quanto catastroficamente Rist (2008). De modo inverso, é apenas uma palavra que exprime um ideal democrático e humano: tornar a realidade menos socialmente perversa. A impossibilidade factual de fazer isso em bloco e sistemicamente não consiste em argumento válido para embargar a formulação de alternativas. Não há medida mais eficiente de manutenção do status quo do que a inércia e, como pontua Pieterse (2010), poucas abordagens combinam tanto com a retórica neoliberal quanto aquela que preconiza que nada pode ser feito.
De fato, reconhece Markusen (1999), é difícil pensar um projeto intelectual e operacional de sociedade em um mundo amplamente dominado por elites financeiras e industriais com margens de ação que extrapolam em muito as possibilidades de reação de alguns lugares. Entretanto, se forças maiores que os lugares se constituem a partir deles, então existem brechas, lacunas, fendas por onde se pode construir possibilidades factíveis de mudança. Não existe certeza acerca dos resultados, das consequências que a mobilização de ações nesse sentido pode gerar. Todavia, existe a certeza de para onde a inação ou apatia pode levar. “O que se pode esperar não é mais o melhor dos mundos, mas um mundo melhor” (MORIN, 2013, p. 381). Não se trata mais de propor grandes rupturas, mas pequenos avanços, que pavimentam um caminho viável para sociedades menos assimétricas.
CONCLUSÃO
O exercício teórico realizado neste artigo propôs uma reflexão sobre a base teórica, os argumentos e as proposições do pós-desenvolvimento. Feito isso, a discussão realizada permitiu uma análise crítica do conteúdo difundido pela corrente e optou pela retenção das críticas capazes de aportarem para a construção de projetos aprimorados de desenvolvimento e pelo afastamento das ideias que pouco podem colaborar para processos de mudança para melhor na vida das pessoas. Dificilmente alguma formulação teórico-propositiva se mostra imune a limitações, falhas e lapsos. Apontar esses limites é válido para o avanço das discussões sobre o tema, o que não é válido é a desconsideração total das ideias postas por suas imperfeições. É assim que se enxerga o desenvolvimento e também o próprio debate no campo da construção do conhecimento.
Fruto de discursos hegemônicos, o desenvolvimento se revestiu, ao longo dos anos, de roupagens com prazo de validade curto, incapazes de resistir à constatação do fracasso de seus projetos e processos em alcançar a ideia sempre prometida: uma vida melhor para todos. O reconhecimento dessa conjuntura levou um conjunto de autores a romper com o desenvolvimento e acusá-lo de principal responsável por qualquer tipo de mazela que tenha assolado o mundo desde a segunda metade do século XX. Muitos dos pontos levantados pelas críticas do pós-desenvolvimento são relevantes, apenas não são aqueles que confundem a ideia com os usos dela feitos. O desenvolvimento não inventou a desigualdade, a injustiça social ou a má distribuição de renda. É verdade que muitos de seus projetos levaram a um agravamento desses problemas, mas desde o ludismo já se sabe que não se pode culpar as máquinas pela exploração dos trabalhadores. Quando uma ideia ou ideal é deturpado, não se abandona o ideal, mas se luta pela sua efetiva construção.
AGRADECIMENTO
Este trabalho é uma produção resultante de pesquisa financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), no período entre 01/04/2018 e 30/11/2020 (Bolsa Regular de Doutorado, processo n° 2017/04889-3). No entanto, as opiniões, hipóteses e conclusões expressas neste artigo são de responsabilidade das autoras e não necessariamente refletem a visão da FAPESP.
NOTAS
1
A literatura acadêmica, seja ela partidária (PEET; HARTWICK, 2009; SOUZA, 1996;WATTS; PEET, 1996) ou desertora (ESTEVA, 2009; MONTENEGRO GÓMEZ, 2006; SACHS, 1990) do desenvolvimento, costuma concordar sobre a datação do momento em que o termo desenvolvimento alcançou o status de imperativo global: o discurso de posse do presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, em 20 de janeiro de 1949. Quando Truman referiu-se aos países que compõem o eixo Estados Unidos, Europa e Japão como desenvolvidos e aos países que integram a América Latina, África e parte da Ásia como subdesenvolvidos e declarou ao mundo a missão histórica do primeiro grupo de países de guiar os últimos rumo ao desenvolvimento.
2
Cabe menção à existência de posturas críticas em visões relativamente alinhadas aopós-desenvolvimento, caso de Hobart (1993), que rejeita enfaticamente a idealização dos movimentos sociais e o atavismo opressivo contido em olhares idílicos sobre o passado.
3
O próprio Orlando Fals Borda, ao assinar a introdução do livro de Escobar (2007), o reconhece.
4
Novamente, é devida a ressalva à posição de Hobart (1993) no que concerne à inclinaçãopós-moderna de questionar a existência de qualquer validade na produção científica de conhecimento: “Embora possa não haver uma posição neutra privilegiada para capturar uma verdade atemporal, não se segue que todas as representações sejam iguais ou que nada que valha a pena possa ser dito” (HOBART, 1993, p. 12, tradução nossa).
5
É pertinente sopesar essa afirmação, destacando certo pendor do pós-desenvolvimento aignorar formalmente muitas das reformulações já presentes nas propostas alternativas de desenvolvimento. Exemplo disso pode ser encontrado pela retomada, na seção anterior, dos postulados imaginários e práticos preconizados pelo pós-desenvolvimento na compreensão de Escobar (2009), que se tratam, de modo geral, de apontamentos reconhecidos e endossados por grande parte das concepções alternativas de desenvolvimento atualmente.
REFERÊNCIAS
BAUMAN, Z. Modernidade e ambivalência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. 334p.
BAUMAN
Z.
Modernidade e ambivalência
Rio de Janeiro
Jorge Zahar
1999
334p
COSTA, S. Desprovincializando a sociologia: a contribuição pós-colonial. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 21, n. 60, p. 117-134, fev. 2006.
COSTA
S.
Desprovincializando a sociologia: a contribuição pós-colonial
Revista Brasileira de Ciências Sociais
São Paulo
21
60
117
134
fev.
2006
DE VRIES, P. Don't compromise your desire for development! A lacanian/deleuzian rethinking of the anti-politics machine. Third World Quarterly, v. 28, n. 1, p. 25-43, 2007.
DE VRIES
P.
Don't compromise your desire for development! A lacanian/deleuzian rethinking of the anti-politics machine
Third World Quarterly
28
1
25
43
2007
DELGADO, N. G.; BONNAL, P.; LEITE, S. P. Desenvolvimento territorial: articulação de políticas públicas e atores sociais. Relatório parcial. Rio de Janeiro: IICA - OPPA/CPDA/UFRRJ, 2007.
DELGADO
N. G.
BONNAL
P.
LEITE
S. P.
Desenvolvimento territorial: articulação de políticas públicas e atores sociais
Relatório parcial
Rio de Janeiro
IICA - OPPA/CPDA/UFRRJ
2007
ESCOBAR, A. La invención del Tercer Mundo: construcción y deconstrucción del desarrollo. Caracas, Venezuela: Fundación Editorial el perro y la rana, 2007. 419p.
ESCOBAR
A.
La invención del Tercer Mundo: construcción y deconstrucción del desarrollo
Caracas, Venezuela
Fundación Editorial el perro y la rana
2007
419p
ESCOBAR, A. Planning. In: SACHS, W. (ed.). The Development Dictionary: a guide to knowledge as power. 2nd. ed. London: Zed Books, 2010. p. 145-160.
ESCOBAR
A.
Planning
SACHS
W.
The Development Dictionary: a guide to knowledge as power
2nd
London
Zed Books
2010
145
160
ESCOBAR, A. Una minga para el postdesarrollo. America Latina em Movimento, Quito, ano XXXIII, época II, p. 26-30, jun. 2009.
ESCOBAR
A.
Una minga para el postdesarrollo
America Latina em Movimento
Quito
XXXIII
época II
26
30
jun.
2009
ESTEVA, G. Development. In: SACHS, W. (ed.). The Development Dictionary: a guide to knowledge as power. 2nd. ed. London: Zed Books, 2010. p. 1-23.
ESTEVA
G.
Development
SACHS
W.
The Development Dictionary: a guide to knowledge as power
2nd
London
Zed Books
2010
1
23
ESTEVA, G. Más allá del desarrollo: la buena vida. America Latina em Movimento, Quito, ano XXXIII, época II, p. 1-5, jun. 2009.
ESTEVA
G.
Más allá del desarrollo: la buena vida
America Latina em Movimento
Quito
XXXIII
época II
1
5
jun.
2009
FRASER, N. Rethinking recognition. New Left Review, London, v. 3, p. 107-120, May/June 2000.
FRASER
N.
Rethinking recognition
New Left Review
London
3
107
120
May/June
2000
FURTADO, C. O mito do desenvolvimento econômico. 3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000. 92p.
FURTADO
C.
O mito do desenvolvimento econômico
3
São Paulo
Paz e Terra
2000
92p
HOBART, M. Introduction: the growth of ignorance? In: HOBART, M. (ed.). An anthropological critique of development: the growth of ignorance? London: Routledge, 1993. p. 1-30.
HOBART
M.
Introduction: the growth of ignorance?
HOBART
M.
An anthropological critique of development: the growth of ignorance?
London
Routledge
1993
1
30
MARKUSEN, A. Fuzzy concepts, scanty evidence, policy distance: the case for rigour and policy relevance in critical regional studies. Regional Studies, Brighton, v. 33, n. 9, p. 869-884, 1999.
MARKUSEN
A.
Fuzzy concepts, scanty evidence, policy distance: the case for rigour and policy relevance in critical regional studies
Regional Studies
Brighton
33
9
869
884
1999
MASSEY, D. Filosofia e política da espacialidade: algumas considerações. GEOgraphia, Niterói, ano 6, n. 12, p. 7-23, 2004.
MASSEY
D.
Filosofia e política da espacialidade: algumas considerações
GEOgraphia
Niterói
6
12
7
23
2004
MASSEY, D. La conceptualización del espacio y la cuestión de la política en un mundo globalizado. In: SILVA, J. B. da; LIMA, L. C.; ELIAS, D. (org.). Panorama da geografia brasileira I. São Paulo: Annablume, 2006. p. 11-19.
MASSEY
D.
La conceptualización del espacio y la cuestión de la política en un mundo globalizado
SILVA
J. B. da
LIMA
L. C.
ELIAS
D.
Panorama da geografia brasileira I
São Paulo
Annablume
2006
11
19
MASSEY, D. Pelo espaço: uma nova política da espacialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008. 312p.
MASSEY
D.
Pelo espaço: uma nova política da espacialidade
Rio de Janeiro
Bertrand Brasil
2008
312p
MONTENEGRO GÓMEZ, J. Desenvolvimento em (des)construção: narrativas escalares sobre desenvolvimento territorial rural. 2006. Tese (Doutorado em Geografia) — Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2006.
MONTENEGRO GÓMEZ
J.
Desenvolvimento em (des)construção: narrativas escalares sobre desenvolvimento territorial rural
2006
Tese (Doutorado em Geografia)
Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista
Presidente Prudente
2006
MONTENEGRO GÓMEZ, J. Desenvolvimento em (des) construção: provocações e questões sobre desenvolvimento e geografia. In: FERNANDES, B. M.; MARQUES, M. I. M.; SUZUKI, J. C. (org.). Geografia Agrária: teoria e poder. São Paulo: Expressão Popular, 2007. p. 39-54.
MONTENEGRO GÓMEZ
J.
Desenvolvimento em (des) construção: provocações e questões sobre desenvolvimento e geografia
FERNANDES
B. M.
MARQUES
M. I. M.
SUZUKI
J. C.
Geografia Agrária: teoria e poder
São Paulo
Expressão Popular
2007
39
54
MONTENEGRO GÓMEZ, J. Los límites del consenso - la propuesta de desarrollo territorial rural en América Latina. In: FERNANDES, B. M. (org.). Campesinato e agronegócio na América Latina: a questão agrária atual. São Paulo: Expressão Popular, 2008. p. 249-274.
MONTENEGRO GÓMEZ
J.
Los límites del consenso - la propuesta de desarrollo territorial rural en América Latina
FERNANDES
B. M.
Campesinato e agronegócio na América Latina: a questão agrária atual
São Paulo
Expressão Popular
2008
249
274
MORAES, A. C. R. Na trilha do purgatório: política e modernidade na geografia brasileira contemporânea. In: SILVA, J. B. da; LIMA, L. C.; DANTAS, E. W. C. (org.). Panorama da Geografia Brasileira II. São Paulo: Annablume, 2006. p. 39-46.
MORAES
A. C. R.
Na trilha do purgatório: política e modernidade na geografia brasileira contemporânea
SILVA
J. B. da
LIMA
L. C.
DANTAS
E. W. C.
Panorama da Geografia Brasileira II
São Paulo
Annablume
2006
39
46
MORIN, Edgar. A via para o futuro da humanidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013. 392p.
MORIN
Edgar
A via para o futuro da humanidade
Rio de Janeiro
Bertrand Brasil
2013
392p
PACIONE, M. Applied geography: in pursuit of useful knowledge. Applied Geography, v. 19, p. 1-12, 1999.
PACIONE
M.
Applied geography: in pursuit of useful knowledge
Applied Geography
19
1
12
1999
PEET, R. Imaginários do desenvolvimento. In: FERNANDES, B. M.; MARQUES, M. I. M.; SUZUKI, J. C. (org.). Geografia agrária: teoria e poder. São Paulo: Expressão Popular, 2007. p. 19-37.
PEET
R.
Imaginários do desenvolvimento
FERNANDES
B. M.
MARQUES
M. I. M.
SUZUKI
J. C.
Geografia agrária: teoria e poder
São Paulo
Expressão Popular
2007
19
37
PEET, R; HARTWICK, E. Theories of development: contentions, arguments, alternatives. 2nd. ed. New York: The Guil Ford Press, 2009. 324p.
PEET
R.
HARTWICK
E.
Theories of development: contentions, arguments, alternatives
2nd
New York
The Guil Ford Press
2009
324p
PIETERSE, J. N. Development Theory: deconstructions/reconstructions. 2nd. ed. London: SAGE, 2010.
PIETERSE
J. N.
Development Theory: deconstructions/reconstructions
2nd
London
SAGE
2010
PIETERSE, J. N. My paradigm or yours? Alternative Development, Post-Development, Reflexive Development. Development and Change, Oxford, v. 29, p. 343-373, 1998.
PIETERSE
J. N.
My paradigm or yours? Alternative Development, Post-Development, Reflexive Development
Development and Change
Oxford
29
343
373
1998
POLLARD, J.; HENRY, N.; BRYSON, J.; DANIELS, P. Shades of grey? Geographers and policy. Transactions of the Institute of British Geographers, London, v. 24, i. 2, p. 131-136, 2000.
POLLARD
J.
HENRY
N.
BRYSON
J.
DANIELS
P.
Shades of grey? Geographers and policy
Transactions of the Institute of British Geographers
London
24
2
131
136
2000
RADOMSKY, G. W. Desenvolvimento, pós-estruturalismo e pós-desenvolvimento: a crítica da modernidade e a emergência de "modernidades" alternativas. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 26, n. 75, p. 149-162, fev. 2011.
RADOMSKY
G. W.
Desenvolvimento, pós-estruturalismo e pós-desenvolvimento: a crítica da modernidade e a emergência de "modernidades" alternativas
Revista Brasileira de Ciências Sociais
São Paulo
26
75
149
162
fev.
2011
RAHNEMA, M. Poverty. In: SACHS, W. (ed.). The Development Dictionary: a guide to knowledge as power. 2nd. ed. London: Zed Books, 2010. p. 174-194.
RAHNEMA
M.
Poverty
SACHS
W.
The Development Dictionary: a guide to knowledge as power
2nd
London
Zed Books
2010
174
194
RIBEIRO, G. L. Poder, redes e ideologia no campo do desenvolvimento. Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, v. 27, n. 1, p. 109-125, mar. 2008.
RIBEIRO
G. L.
Poder, redes e ideologia no campo do desenvolvimento
Novos Estudos CEBRAP
São Paulo
27
1
109
125
mar.
2008
RIST, G. The history of development: from western origins to global faith. 3. ed. London: Zed Books, 2008. 288p.
RIST
G.
The history of development: from western origins to global faith
3
London
Zed Books
2008
288p
SACHS, I. Desenvolvimento: includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2008. 151p.
SACHS
I.
Desenvolvimento: includente, sustentável, sustentado
Rio de Janeiro
Garamond
2008
151p
SACHS, W. Introduction. In: SACHS, W. (ed.). The Development Dictionary: a guide to knowledge as power. 2nd. ed. London: Zed Books, 2010a. p. xv-xx.
SACHS
W.
Introduction
SACHS
W.
The Development Dictionary: a guide to knowledge as power
2nd
London
Zed Books
2010a
xv
xx
SACHS, W. One world. In: SACHS, W. (ed.). The Development Dictionary: a guide to knowledge as power. 2nd. ed. London: Zed Books, 2010b. p. 111-126.
SACHS
W.
One world
SACHS
W.
The Development Dictionary: a guide to knowledge as power
2nd
London
Zed Books
2010b
111
126
SACHS, W. Preface to the New Edition. In: SACHS, W. (ed.). The Development Dictionary: a guide to knowledge as power. 2nd. ed. London: Zed Books, 2010c. p. vi-xiv.
SACHS
W.
Preface to the New Edition
SACHS
W.
The Development Dictionary: a guide to knowledge as power
2nd
London
Zed Books
2010c
vi
xiv
SACHS, W. The archaeology of the develompent idea: six essays. Interculture, Montreal, v. XXIII, n. 4, p. 1-37, Fall 1990.
SACHS
W.
The archaeology of the develompent idea: six essays
Interculture
Montreal
XXIII
4
1
37
Fall
1990
SAID, E. W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. 370p.
SAID
E. W.
Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente
São Paulo
Companhia das Letras
1990
370p
SAQUET, M. A. O conhecimento popular na praxis territorial: uma possibilidade para trabalhar com as pessoas. Geotema, Roma, Supplemento 2019, p. 5-16, 2019.
SAQUET
M. A.
O conhecimento popular na praxis territorial: uma possibilidade para trabalhar com as pessoas
Geotema, Roma, Supplemento 2019
5
16
2019
SEVILLA GUZMÁN, E.; WOODGATE, G. Agroecology: foundations in agrarian social thought and sociological theory. Agroecology and Sustainable Food Systems, London, v. 37, n. 1, p. 32-44, 2013.
SEVILLA GUZMÁN
E.
WOODGATE
G.
Agroecology: foundations in agrarian social thought and sociological theory
Agroecology and Sustainable Food Systems
London
37
1
32
44
2013
SHIVA, V. Monoculturas da mente: perspectivas da biodiversidade e da biotecnologia. São Paulo: Gaia, 2003. 240p.
SHIVA
V.
Monoculturas da mente: perspectivas da biodiversidade e da biotecnologia
São Paulo
Gaia
2003
240p
SHIVA, V. Resources. In: SACHS, W. (ed.). The Development Dictionary: a guide to knowledge as power. 2nd. ed. London: Zed Books, 2010. p. 243-259.
SHIVA
V.
Resources
SACHS
W.
The Development Dictionary: a guide to knowledge as power
2nd
London
Zed Books
2010
243
259
SOKAL, A.; BRICMONT, J. Imposturas intelectuais: o abuso da Ciência pelos filósofos pós-modernos. 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 2010. 316p.
SOKAL
A.
BRICMONT
J.
Imposturas intelectuais: o abuso da Ciência pelos filósofos pós-modernos
4
Rio de Janeiro
Record
2010
316p
SOUZA, M. L de. A teorização sobre o desenvolvimento em uma época de fadiga teórica, ou: sobre a necessidade de uma "teoria aberta" do desenvolvimento sócio-espacial. Revista Território, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 5-22, 1996.
SOUZA
M. L de
A teorização sobre o desenvolvimento em uma época de fadiga teórica, ou: sobre a necessidade de uma "teoria aberta" do desenvolvimento sócio-espacial
Revista Território
Rio de Janeiro
1
1
5
22
1996
SOUZA, M. L. de. Os conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2013. 319p.
SOUZA
M. L. de
Os conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial
Rio de Janeiro
Bertrand Brasil
2013
319p
VEIGA, J. E. da. Neodesenvolvimentismo: quinze anos de gestação. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 20, n. 3, p. 83-94, jul./set. 2006.
VEIGA
J. E. da
Neodesenvolvimentismo: quinze anos de gestação
São Paulo em Perspectiva
São Paulo
20
3
83
94
jul./set.
2006
WATTS M.; PEET, R. Conclusion: towards a theory of liberation ecology. In: PEET, R.; WATTS, M. (ed.). Liberation ecologies: envinronment, development, social movements. London: Routledge, 1996. p. 260-269.
WATTS
M.
PEET
R.
Conclusion: towards a theory of liberation ecology
PEET
R.
WATTS
M.
Liberation ecologies: envinronment, development, social movements
London
Routledge
1996
260
269
Article
LIMITS OF POST-DEVELOPMENT IN THE CRITIQUE OF DEVELOPMENT
0000-0002-8848-098X
0311116103802731
Sodré
Maiara Tavares
a
*
0000-0002-5073-8308
9262661934864680
Hespanhol
Rosangela Aparecida de Medeiros
b
(a)
State University of the Center-West
Irati
PR
Brazil
PhD in Geography. Professor at the State University of the Center-West, Irati (PR), Brazil.
(b)
State University of São Paulo
Presidente Prudente
SP
Brazil
PhD in Geography. Professor at the State University of São Paulo, Presidente Prudente (SP), Brazil.
(*)CORRESPONDING AUTHOR Address: Rua Professora Maria Rosa Zanon de Almeida, CEP: 84505677, Irati (PR), Brasil. Tel: (+55 42) 34213000. E-mail:maiara.sodre@hotmail.com
Abstract
The theoretical current known as post-development emerged in the 1980s. Its proponents were authors with different analytical focuses and diversified themes, firmly committed to a radical critique of the idea of development. In this regard, this article aims to analyze post-development's theoretical and propositional basis, evaluating its arguments' consistency and the coherence between the basis of this argument and its propositional direction. Initially, the main issues raised by post-development are examined, paying particular attention to the two main strands of criticism of the concept of development. Next, there is a counterargument to the criticisms discussed above to demonstrate their inconsistencies and possible contributions to the reflexive and operational development field. Based on this debate, it is concluded that post-development makes valid and necessary criticisms, if these are intended to improve development projects that aim to address the objective reality of a large part of the Brazilian and global population. However, stripped of this crucial practical focus and an awareness of the gravity of different populations' social situations, post-development contributes little to overcome the history of failures of different development proposals.
Keywords:
Development
Post-Development
Alternative Development
Theoretical-Propositional Critique
INTRODUCTION
A casual look at the historical course of the term development shows us that the idea, viewed as a positive transformation, has taken on various guises, advocated different projects, and carried out processes that are often incompatible with achieving the concept democratically. More recently, this trajectory has taken a new turn, with the diffusion of the idea of alternative development - based on popular participation, prioritizing socially vulnerable segments, and the leading role of the local scale in the rhetoric of the most prominent multilateral organizations (PIETERSE, 2010). It so happens that often these rousing speeches do not match the proven practices of international organizations and the G-8's foreign policy.
Partially derived from Pieterse's (1998) approach, a particular theoretical current understood that despite the legitimacy of the discursive use of the terminology "alternative development," in practice, it never implied a distancing from hegemonic perspectives or a break with the historical contradiction between the discourse and practice of development. This logic has led some authors to propose and disseminate a line of thought that does not propose reforms to the construction of development proposals; instead, it advocates the demolition of the whole edifice (SACHS, 2010a). This group of authors rejects the term development, attributing the responsibility for the imposition of projects and processes to the fundamental nature of the idea.
The following text explores these authors' views and critically analyzes the limitations and inconsistencies of the theoretical current known as post-development without disregarding valid contributions. The article's main objective is to analyze post-development's theoretical and propositional content, evaluating its arguments' consistency and the coherence between them and its propositional orientation. In this sense, the counterargument to the post-developmental perspective understands that development projects can lead to authentic positive transformation processes in people's lives, even if they have structural constraints and impositions. In other words, although historically distorted by deceptive projects and processes, the concept of development does not need to be condemned along with its misuses.
POST-DEVELOPMENT PERSPECTIVES: CRITICISM OF THE IDEA AND PRACTICE OF DEVELOPMENT
The post-structuralist and post-colonial theoretical current, inspired by the work of Michel Foucault (COSTA, 2006; VEIGA, 2006), and consolidated using the term post-development, emerged in the 1980s. This approach went beyond a critique of development proposals; instead, it was a peremptory repudiation of development. However, as a coordinated theory on the subject, it is impossible to point to post-development as a unified and cohesive body of epistemic production. Conversely, the articulations between its supporters are exclusively based on criticisms with a common background. To some extent, these reciprocally involve the same group of authors, such as Escobar (2007, 2009), Esteva (2009, 2010), Rahnema (2010), Rist (2008), and Sachs (1990, 2010b), among others. These criticisms revolve around aspects such as the ethnocentric, positivist, and patriarchal character of the Enlightenment and Modernity, institutions that guide the ideological content of all development proposals, including alternative development, which impose disciplinary processes on the aspirations and expectations of populations of countries in the global South (DE VRIES, 2007; RADOMSKY, 2011).
The reasoning of post-development's criticisms emanates from two camps. The first highlights development's successive failures to fulfill its promises and emphasizes the impossibility of these being fulfilled from the outset due to the actions of domination and, in practice, dispossession, which are clothed in agreeable language and imposed as necessary. The second criticizes the very conception of development in axiological terms. Based on civilizing, cultural, and ideological principles, it is an absolute rejection of the concept, asserting the dispensability of development and the rhetorically constructed character of the development-underdevelopment binomial. Given its greater exposure in the post-development perspective, the first critical approach is addressed below.
This critique understands that the successive development concepts are merely linguistic and formatting adaptations intended to harmonize the propositional framework with cultural changes.
Without any substantial change to the character of the measures recommended, they are always committed to reproducing the establishment through instruments that reinforce unequal relationships,
Since development always implies transformation and typically occurs through encounters between insiders and outsiders in different positions of power, development initiatives are anchored and traversed by situations where power inequalities abound. The difficulty of making internal changes to the so-called ‘development community’ is closely related to the fact that it is a field of power (RIBEIRO, 2008, p. 110).
So, as posited by Escobar (2007), the idea of development - the imperative of its pursuit - was very skillful in formulating a body of knowledge and a system of power over peripheral countries. Since Truman's opening speech1, both have produced several successful theories, strategies, and practices in the institution of a regime of authority over the global South. By imposing subjection on these peoples, developed countries guarantee a margin of control over the rest of the world.
The coherence of the effects achieved by the discourse of development is the key to its success as a hegemonic form of representation: the construction of the ‘poor’ and ‘underdeveloped’ as universal, pre-constituted subjects, based on the privilege of representatives; enables the exercise of power over the Third World through this discursive homogenization, which implies the elimination of the complexity and diversity of the Third World people, in such a way that a Mexican colonist, a Nepali peasant, and a Tuareg nomad end up being alike as ‘poor’ and ‘underdeveloped’ and the colonization and domination of economies and human and natural ecology of the Third World (ESCOBAR, 2007, p. 99-100).
The content of this domination is evident in the fact that the countries and international organizations that led the promotion of different development models continue to recommend the same instruments: remodeling institutions, expanding market mechanisms, and fighting poverty. Presently surrounded by new politically correct slogans, such as combating gender and ethnic inequality, sustainability and encouraging the engagement of civil society in development programs, the essence of the problem, the unequal dynamics of the current economic system, is never questioned. The fact that capitalist logic is responsible for maintaining poverty and inequality is utterly obliterated.
In this way, development rhetoric works purely as a discursive resource to legitimize the imposition of mechanisms that maintain the power structure of an asymmetric economic system. Since the concrete measures adopted, such as the release of loans through the internal implementation of the neoliberal prescription, only increase countries poorly used external debt, or worse, only cover their balance of payments, the resources they obtain keep them in a situation of subjection and dependence (MONTENEGRO GÓMEZ, 2006, 2007, 2008).
Development is an illusory light at the end of the ‘tunnel,’ as it guides the inhabitants of underdeveloped countries on a journey in which each step they take makes the ‘tunnel’ longer and the light at the end more distant. For Sachs (2010a, 2010b, 2010c), it is a perverse instrument that acts skillfully as a successor to the ideal of independence. With the (official) end of colonial and imperialist domination, any social cost or political constraint became valid, as a greater aspiration was at stake, a redemptive reward. At the same time, development carves North-South relations in a particular way, both shielding the domination and maintenance of plundering practices under an aura of legitimacy and guaranteeing the North and international financial organizations a convenient seal of generosity. After all, only benevolent agents continue to grant loans to repeat offenders who breach agreed targets.
In other words, hegemonic development discourses build up such credible promises that they can blur the structural infeasibility of their universalization. Thus, the material impossibility of generalizing development along the lines shared by the United States-Europe-Japan axis is lost sight of, as already pointed out by authors such as Furtado (2000), who dedicated their lives to defending development. The fabricated legitimacy of this culturally indoctrinated discourse denies the global South the possibility of what Massey (2008) calls other trajectories, deepening the second post-development critique, the axiological questioning of the validity and necessity of development.
Given its role as a perpetrator of inequality, beyond being a set of promises and propositions incapable of bringing the above to fruition, development is viewed as the consolidation of the westernized project inscribed in modern rationality. It involves an attempt at homogenization that degrades or corrodes cultural multiplicity (SHIVA, 2003, 2010). This process is triggered under a very elementary comparative binary logic and so is easily disseminated and internalized. As Said (1990) explains, the West's superiority is formulated as a natural consequence of the inferiority of the East and underdeveloped countries (a functional term in itself). Thus, the West's hallmark of sovereign and benevolent rationality also reaffirms the irrational inferiority of other countries and their innate inability to consider their destiny. Hence the need for endorsement from external help for those who are not yet ready to walk on their own two feet.
At this point, the post-development critique transposes its opposition to development's discursive content and propositional fallacies and begins to examine the axiological problems of the very idea of development. As Esteva (2009, 2010) outlined, the contention is that the distinction between North and South, based on the rational superiority of the former and the inferiority of the latter, is false in both cultural and material terms. In other words, underdevelopment does not exist; it is a condition that was imposed on most of the world as a stereotype and a destiny on January 20, 1949. An indecorous archetype that, arrayed with the civilizing authority of those who stated and endorsed it, acquired the status of undeniable truth. The South was not underdeveloped before Truman and not just because the terminology and its imposing and pejorative content were not globally communicated. As an existential material condition of the peoples of the South, underdevelopment was produced by processes such as the Green Revolution, the imperative of industrialization, and environmental and social degradation resulting from the different "recipes" prescribed to these countries by multilateral organizations.
Previously, the global South was not underdeveloped; it was a set of societies characterized by diverse and unique ways of life, not subject to comparisons with the North. The official development discourse denied such countries the fulfillment of the potential of these unique forms of existence and imposed a tortuous path of conversion instead. The material deprivation suffered by the populations of the global South before the "discovery" of underdevelopment can be viewed as characteristics of ancestral societies, in which frugality guided their subsistence needs, without the obsession with consumption that defines the middle-class ideal in developed countries. The very concept of scarcity underlying international organizations' policies to combat poverty is nothing more than a natural consequence of a productivist and consumerist urban standard. A standard that degrades and segregates the peoples of the global South, denying them their traditional frugality and condemning them to social exclusion in inflated and structurally unviable cities (ESCOBAR, 2010; SACHS, 1990).
Therefore, the desire for development that permeates the existence of these exploited peoples is a farce (DE VRIES, 2007). It was culturally instilled in these populations by associating their past with material penury and undignified deprivation, alongside the idealization of some form of the American way of life. For post-development, underdevelopment is the product of the search for development. The global South's biggest problem is the perception that these peoples have built of themselves. Therefore, post-development points to the need to completely abandon the idea of development and incorporate certain understandings on the plane of collective imaginations and practical actions:
At the imaginary level, it can point to the creation of a collective space/time where ‘development’ becomes the central principle that organizes economic and social life. This implies the following elements: questioning the pre-eminence of the concept of economic growth and development and its historicity (dominant vision of modernity); gradually disarticulate in practice the development model based on the premise of modernization, the exploitation of nature as a living being, exportation, and individual action. On the affirmative side, it implies a) recognizing the multiplicity of definitions and interests surrounding the forms of livelihood, social relationships, and economic and ecological practices; b) the design of policies from relational cosmovisions, instead of the dominant dualist cosmovision; c) establish intercultural dialogues around the conditions that could develop in a pluriverse of socio-natural configurations (multiplicity of visions, such as liberal and communal, capitalist and non-capitalist, etc.); d) to seek autonomous forms of regional integration based on ecological criteria and self-centered development (as dictated by the requirements of world capital accumulation), at subnational, national, regional, and global levels (ESCOBAR, 2009, p. 445).
In general, the propositional scope of post-development's discussions revolves around valuing traditional societies' ways of life, emphasizing the collaborative aspects of tribal collectivities and the importance of the contemporary recovery of the values and knowledge permeating these societies' structures. The recovery of ancestral cultural values and abandoning the rationality and knowledge system spread by modernity are vehemently defended. In particular, there is an absolute rejection of the term development and any initiative that proposes to transform the reality of the global South based on a preconceived final model. At the same time, its proponents highlight the importance of breaking away from the global macroeconomic logic, based on the collective rejection of the value system that sustains and legitimates modernity. Despite broadly acknowledging many of the points made by advocates of post-development, this article is not in line with it. Some counter positions to this perspective are given below to elucidate our lack of agreement.
THE INCONSISTENCIES BETWEEN POST-DEVELOPMENT'S CRITIQUE AND ITS INCIPIENT PROPOSITIONAL CORE
Viewed objectively, post-developmental authors resort to vague proposals, including Escobar (2007), whose practical proposals are considered the most reasoned (RADOMSKY, 2011; SEVILLA GUZMÁN; WOODGATE, 2013). They sometimes point to the need to establish a society founded on less material foundations, or they evoke the protagonism of social movements in the new era that is unfolding. Their oratory often slips into a romanticization2 of these movements. The fact is that, despite post-development's propositional poverty3, recent years have seen the emergence of a profusion of alternatives associated with this term.
However, for some authors, these alternatives are no more than sophisticated cosmetics applied to the essence of the mainstream. Thus, particular processes, such as constructing a negotiated consensus around the definition of local priorities, are regarded as sterilizing conflicts for capitalist planning (MONTENEGRO GÓMEZ, 2007). This alternative argument questions the democratic principle more than the vices and asymmetries that limit its application. However, these asymmetries are recollected when it comes to questioning the possibility of dialogue between actors with different margins of action and influence due to their position in different geometries of power (MONTENEGRO GÓMEZ, 2008) since it ignores or disregards alternative development proposals' emphasis on equity.
It is prudent to point out that the intention is not to idealize the possibilities of equitable partnerships between groups located at opposite ends of contrasting power geometries (MASSEY, 2008) or question the legitimacy of social movements' historical struggles for rights that have been systematically denied to them. There is no proposal to cast doubt on the fact that much of the harmonious coexistence between small and large rural producers, for example, involves a logic of exploration, subtly covered by bogus generous patronage. All these points are true, but none of them permits a definitive affirmation of the impossibility of dialogical and cooperative relationships between groups differently positioned on the power spectrum. Furthermore, none of the above supports a position of closure given the multiplicity of possibilities offered by the dynamics of social interaction. Otherwise, there would be no sense in debating any proposal for social action (MASSEY, 2004, 2008).
However, the post-developmental critique is even broader and encompasses classical approaches to development and alternative applications of the term. The result is an inconsiderate and ill-constructed homogenization of the significant propositional changes to the concept over the years. Since, as stated by Pieterse (1998, 2010), although it is possible to affirm the shift of alternative development into the mainstream, the divergence between the content of current development propositions and Truman's original ideas is undeniable. If economic austerity still dominates multilateral organizations' prescriptions, its function has been reduced to guaranteeing economic stability and fiscal responsibility; it no longer plays the role of driving development. Development and economic growth have long ceased to be synonymous with mainstream institutions.
Clearly, it is always possible to suggest that development only offers minor corrections, deviating from the crux of the problem: the capitalist economic system's excluding, segregating, and inequality-producing character (MONTENEGRO GÓMEZ, 2007). Thus, given the limitations of origin imposed by macroeconomic dynamics, a critique is constructed through criticism, which attacks the development rhetoric (ESCOBAR, 2007) without going beyond discourse. No alternative is offered to the commodity world; instead, post-development shields itself with an absolute and essentially laconic skepticism in propositional terms (MORAES, 2006; POLLARD et al., 2000).
It must be borne in mind that development is just a word or linguistic unit. Alternative proposals use it with the content or core meaning of a change for the better (PEET, 2007; SACHS, 2008; SOUZA, 2013). The definition is deliberately imprecise because the intention is not to
[...] define a specific content for ‘development,’ as is often the case, [...] [but rather] propose, discuss and test principles and criteria as openly (but also as coherently) as possible, so that the definition of the content of ‘change for the better’ is deliberately reserved as a right and a task of social agents themselves (subjects, protagonists), and not a privilege of the analyst (SOUZA, 2013, p. 262-263, emphasis added).
Several points in the post-developmental arguments are admissible. Indeed, the history of development justifies the charge that its projects merely provided a discursive envelope for imposing strategies for directing capital flows to already rich countries. It is also legitimate to question a self-styled westernized development as the only way, neglecting the possibility of the existence of other paths. However, consideration is needed when going beyond these points. First, many alternative conceptions of development do not make this type of proposal, such as Ignacy Sachs' (2008) inclusive development or the wide-ranging discussions on territorial development (DELGADO; BONNAL; LEITE, 2007; SAQUET, 2019), among other approaches. Second, there is a risk of committing the error that post-development explicitly slips into: to amalgamate diversity and inequality into a hodgepodge that precisely obscures what one wants to preserve.
Post-development has effectively incorporated this impetus, which is a passive condescension in the face of inequality (called diversity) denounced in Bauman's (1999) lucid self-criticism:
News of human poverty and suffering today are additional colorful accounts amidst the many images of the various ways of life that people have chosen or are destined to lead due to their history, religion, and culture. For a mindset taught to treat society as an unfinished project for managers to complete, poverty was an abomination; its life expectancy depended solely on a managerial determination. This poverty is only an element in the infinite variety of existence for the mentality that rejects global visions and is suspicious of all social engineering projects. Once again, as in pre-modern times, convinced of the inscrutable and timeless wisdom of the divine order, we can live with daily visions of hunger, homelessness, lives without a future and dignity, and, simultaneously, live happily, enjoy the day and sleep peacefully at night (BAUMAN, 1999, p. 272).
What Peet and Hartwick (2009) call a sense of urgency is lost in this process, and it becomes easy to forget that nowadays, millions of people live in extreme poverty. In an immeasurable and almost irrational relativization of any postulated theoretical formulation4 (MARKUSEN, 1999; PACIONE, 1999; SOKAL; BRICMONT, 2010), the very idea of poverty, or another less materialistic form of existence (RAHNEMA, 2010), is called into question and the meaning of the term ‘better’ in the notion of change for the better is queried. Peet and Hartwick's (2009) statement about the anxiety to integrate millions of people currently living in sub-human conditions into development projects is treated as a desire conditioned by a seductive narrative. People have been indoctrinated to want development. Faced with a question of this nature, which casts doubt on the authenticity of the desire to abandon destitution, penury, and pauperism, Massey's (2006) observation, a severe critique of unidirectional and undemocratic development, seems to be the best answer: in any culture or society "clean water is certainly better than dirty water" (MASSEY, 2006, p. 12).
Yes, there are hegemonic discourses on development, but they are not the problem, nor are Western knowledge or the technologies that such discourses and knowledge have produced. The problem is the asymmetrical power relations using these instruments (FRASER, 2000).
In practice, post-structuralist analyses generally forget the agency behind the discourse or over-generalize agency as ‘modernity’ or ‘power’ [...]. There is an excessive emphasis on the representation and framing of imaginaries at the expense of practicality and action (PEET; HARTWICK, 2009, p. 233, our translation).
In line with these authors' understanding, we understand that development has been, and still is, used by projects that deviate from the equitable proposal of a better life for all. However, this does not mean that the search for positive transformations should be abandoned in favor of a contemplative indulgence of diversity/inequality. The concept of development retains an immense unrealized potential that can be appropriated by those who need it most.
Given the above, two considerations emerge. The first is that authors aligned with post-development offer significant and necessary reflections, which emanate from a standpoint centered on the successive failures of development propositions and the inconsistencies and insufficiencies present in alternative development proposals5. These criticisms denounce the artifices employed by hegemonic discourses when co-opting the social potential of many recent proposals. Furthermore, post-development reveals the presence of ethnocentric tendencies in some rhetorical constructions and encourages rethinking the artificial character of many pillars of contemporary society. Therefore, Watts and Peet (1996) and Souza (1996) propose incorporating part of post-development critiques into alternative development strategies as a warning mechanism to avoid repeating past mistakes and the need to improve future proposals constantly.
In more objective language, it is necessary to think of post-development as a forward-looking element for constructing a propositional field, which does not consecrate a past that may only be the projection of frustrated expectations of the present. Indeed, memory and cultural traditions should not be forgotten; likewise, they must be used to face present conditions. However, legacies from the past are assets and differentials, not ties preventing us from seeing the future that opens up beyond the idealization of the past. Instead of proposing the imposition of time on life or reducing space to time to Massey's (2004, 2006) discourse, it is a coordinated set of actions and events that mobilize reality in a desirable direction for those who constitute it.
In contrast, the second consideration concerns the strand of post-development criticism that advocates abandoning the idea of development altogether. Together with Pacione (1999) and Souza (1996), it is understood that an idea cannot be definitively rejected due to previous inequitable co-optations. Development is not intrinsically perverse, as Rist (2008) rather catastrophically postulates. Conversely, it is just a word that expresses a democratic and human ideal: to make reality less socially perverse. The factual impossibility of doing this en bloc and systemically is not a valid argument to embargo the formulation of alternatives. Inertia is the most efficient measure to maintain the status quo, and as Pieterse (2010) points out, few approaches match neoliberal rhetoric as closely as those that advocate that nothing can be done.
Markusen (1999) recognizes the difficulty of considering an intellectual and operational social project in a world primarily dominated by financial and industrial elites with a scope for action that goes far beyond the possibilities of reaction in some places. However, if forces greater than the places they apply to are created, there are fissures, gaps, and cracks to build feasible possibilities for change. There is no certainty about the results or the consequences that mobilization of this type of action can generate. Nevertheless, the results of inaction or apathy are evident. "What can be expected is no longer the best of all worlds, but a better world" (MORIN, 2013, p. 381). It is no longer a question of proposing major ruptures but small advances, which pave a viable path for less asymmetric societies.
CONCLUSION
The academic exercise carried out in this article proposed a reflection on post-development's theoretical basis, arguments, and propositions. Next, there was a discussion of the critical analysis of the content disseminated by the school of thought, retaining ideas that contribute to planning improved development projects, and avoiding ideas that contribute little to change people's lives for the better. Hardly any propositional-theoretical formulation is immune to limitations, failures, and lapses. Pointing out these limits to advance discussions on the topic is justifiable; it is indefensible to disregard these ideas entirely because of their imperfections. We concur with this view of development and this debate in the field of knowledge construction.
As a fruit of hegemonic discourses, over the years, development has adopted garments with a short expiration date, incapable of denying the proof of the failure of its projects and processes to achieve the long-promised idea: a better life for all. The recognition of this situation led a group of authors to break with development and blame it for all the ills plaguing the world since the second half of the twentieth century. Many post-development critiques are relevant, but not those that confuse the idea with how it has been used. Development did not invent inequality, social injustice, or poor income distribution. Many of its projects have aggravated these problems, but since the era of Luddism, it is evident that machines cannot be blamed for exploiting workers. When an idea or ideal is misrepresented, one does not abandon it; one struggles to construct it effectively.
ACKNOWLEDGMENTS
This work is the result of research funded by the Foundation for Research Support of the State of São Paulo (FAPESP) between 01/04/2018 and 30/11/2020 (Regular Ph.D. Scholarship, process n° 2017/04889-3). The opinions, hypotheses, and conclusions expressed in this article are those of the authors and do not necessarily reflect FAPESP's views.
NOTE
1
Academic development literature, whether partisan (PEET; HARTWICK, 2009; SOUZA,1996; WATTS; PEET, 1996) or defecting (ESTEVA, 2009; MONTENEGRO GÓMEZ, 2006; SACHS, 1990), usually agrees on the date when the term development reached the status of a global imperative: the inaugural address of the President of the United States, Harry Truman, on January 20, 1949. When Truman referred to the countries that make up the United States, Europe and Japan axis as developed and the countries that integrate Latin America, Africa, and part of Asia as underdeveloped, he declared to the world the historic mission of the former group of countries to guide the latter towards development.
2
It is worth mentioning the existence of critical postures in views partly aligned withpost-development, such as Hobart (1993), who emphatically rejects the idealization of social movements and the oppressive atavism in idyllic gazes on the past.
3
Orlando Fals Borda himself, upon signing the introduction to Escobar’s book (2007), gives himrecognition.
4
Again, it is due to the caveat of Hobart’s (1993) position regarding the postmodern inclinationto question the existence of any validity in the scientific production of knowledge: “Although there may not be a privileged neutral position to capture a timeless truth, it does not follow that all representations are equal or that nothing worthwhile can be said” (HOBART, 1993, p. 12, our translation).
5
It is pertinent to weigh this statement, highlighting post-development’s tendency to formallyignore many of the reformulations already present in alternative development proposals. An example of this can be found in the resumption, in the previous section, of the imaginary and practical hypotheses advocated by post-development according to Escobar (2009), which are generally recognized and endorsed by most of the current alternative conceptions of development.
Autoría
Maiara Tavares Sodré *(*)CORRESPONDING AUTHOR Address: Rua Professora Maria Rosa Zanon de Almeida, CEP: 84505677, Irati (PR), Brasil. Tel: (+55 42) 34213000. E-mail: maiara.sodre@hotmail.com
Doutora em Geografia. Professora da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Irati (PR), Brasil.Universidade Estadual do Centro-OesteBrasilIrati, PR, BrasilDoutora em Geografia. Professora da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Irati (PR), Brasil.
Doutora em Geografia. Professora da Universidade Estadual de São Paulo, Presidente Prudente (SP), Brasil.Universidade Estadual de São PauloBrasilPresidente Prudente, SP, BrasilDoutora em Geografia. Professora da Universidade Estadual de São Paulo, Presidente Prudente (SP), Brasil.
(*)CORRESPONDING AUTHOR Address: Rua Professora Maria Rosa Zanon de Almeida, CEP: 84505677, Irati (PR), Brasil. Tel: (+55 42) 34213000. E-mail:maiara.sodre@hotmail.com
SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS
Doutora em Geografia. Professora da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Irati (PR), Brasil.Universidade Estadual do Centro-OesteBrasilIrati, PR, BrasilDoutora em Geografia. Professora da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Irati (PR), Brasil.
Doutora em Geografia. Professora da Universidade Estadual de São Paulo, Presidente Prudente (SP), Brasil.Universidade Estadual de São PauloBrasilPresidente Prudente, SP, BrasilDoutora em Geografia. Professora da Universidade Estadual de São Paulo, Presidente Prudente (SP), Brasil.
Como citar
Sodré, Maiara Tavares y Hespanhol, Rosangela Aparecida de Medeiros. LÍMITES DEL POSDESARROLLO EN LA CRÍTICA AL DESARROLLO. Mercator (Fortaleza) [online]. 2022, v. 21 [Accedido 15 Abril 2025], e21001. Disponible en: <https://doi.org/10.4215/rm2022.e21001>. Epub 06 Abr 2022. ISSN 1984-2201. https://doi.org/10.4215/rm2022.e21001.
Universidade Federal do CearáUFC - Campi do Pici, Bloco 911, 60440-900 Fortaleza, Ceará, Brasil, Tel.: (55 85) 3366 9855, Fax: (55 85) 3366 9864 -
Fortaleza -
CE -
Brazil E-mail: edantas@ufc.br
rss_feed
Acompanhe os números deste periódico no seu leitor de RSS
scite shows how a scientific paper has been cited by providing the context of the citation, a classification describing whether it supports, mentions, or contrasts the cited claim, and a label indicating in which section the citation was made.