RESUMO
As poucas informações cartográficas que objetificam os processos de ocupação e transformação os sertões das capitanias do Norte introduziram desafios aos pesquisadores. Em contrapartida, a farta documentação escrita por oficiais régios (civis e eclesiásticos) representa os sertões ocultos nas imagens, estruturados por uma hierárquica rede de povoações formada por cidades, vilas, julgados, freguesias e capelas filiais. Esse ensaio apresenta um esforço de representar os sertões fora da "cena cartográfica" desenhada nos séculos XVII e XVIII, dando a ver territórios dinâmicos e transformados em paisagens. Relações políticas e culturais serão tratadas como basilares à formação de macropaisagens conformadas no espaço em longa duração. Como metodologia, entrecruza-se texto (hermenêutica) e imagem (representação) para pensar os processos de urbanização emanados da Coroa portuguesa ou daqueles operados no cotidiano dos habitantes. Vale-se de programas de georeferenciamento a fim de localizar as povoações no território e interpretar as razões de sua posição geográfica no contexto sociopolítico ao qual estavam inseridas.
Palavras-chave:
Cartografia; Paisagem; Representação; Sertões do Norte; Urbanização