Investigamos a possibilidade de Biomphalaria glabrata deslocar-se para regiões profundas, em três colunas de diferentes profundidades (1,10 m, 8,40 m e 10,40 m). Na coluna de 1,10 m evidenciamos que os deslocamentos podem ser de duas maneiras: 1) Quando o pé está em contato com o substrato: (i) deslizar para baixo; (ii) deslizar para cima; (iii) arrastar para baixo; (iiii) arrastar para cima. 2) Quando o pé não está em contato com o substrato: (i) descida súbida sem saída de bolhas de ar; (ii) descida súbida com saída de bolhas de ar; (iii) subida súbita. Na coluna de 8,40 m em que havia alimento no fundo (grupo experimental) observamos que os caramujos permaneceram maior tempo nesta profundidade em relação ao grupo que não recebeu alimento (grupo de controle). Verificamos que o comportamento de deslizar é característico dos deslocamentos em torno de 0 a 1 m, tanto para subir como para descer. O comportamento de arrastar foi típico de subida dos caramujos que atingiram níveis mais profundos. Quando os caramujos arrastavam-se a concha ficava pendente como se estivesse mais pesada, o que pode estar relacionado à entrada de água na câmara pulmonar. Na coluna de 10,40m verificamos que os caramujos deslizavam para baixo até 4 m ou apresentavam descidas súbitas até o fundo. As subidas se davam pelo padrão comportamental denominado arrastar, do fundo até a superfície. Nas colunas de 8,40 e 10,40m verificamos cópula, alimentação e desova nos níveis mais profundos.
Biomphalaria glabrata; esquistosomose; comoportamento