Camundongos infectados com 30 cercárias do Schistosoma mansoni desenvolveram fibrose porta em virtude de um depósito progressivo e concentrado de ovos na região periportal, o que aconteceu a partir da 16ª semana da infecção. Esta fibrose certas características da chamada fibrose "pipe-stem" do homem vista na forma hepatoesplênica da esquistossomose, tais como obstrução das radiculas porta, telangiectasia, conexão fibrosa entre espaços porta e entre estes e veias centrais, além de certo grau de fibrose septal, presença dos granulomas em várias fases evolutivas e reação inflamatória crônica difusa, enquanto o parênquima hepático mantinha a sua estrutura lobular normal. As técnicas de injeção vascular com tinta da China e com vinilite feitas no sistema porta permitiram a elucidação do mecanismo da concentração de ovos (e conseqüentemente de fibrose) nos espaços porta. Observou-se que após certo tempo da infecção, abrem-se colaterais que saem diretamente em ângulo reto dos principais ramos porta. Após a 16ª semana de infecção em diante, os ovos tendem a se depositar nestas colaterais, ao invés de se distribuírem difusamente nos finos ramos terminais como acontece antes deste período. A fibrose "pipe-stem" do camundongo tem muitas semelhanças com a lesão humana, embora não seja facilmente demonstrável macroscopicamente, tudo indicando que se desenvolva na base de uma mesma patogenia.
esquistossomose; fibrose "pipe-stem"; patogenia