Os autores observaram exemplares de Biomphalaria glabrata subindo contra corrente em uma parede vertical de uma vala, constatando que os caramujos que apresentavam esse comportamento durante a aplicação de miluscicida neste criadouro sobreviveram e, provavelmente, tiveram papel de repovoamento, que foi observado três meses após. Essas observações suscitaram investigações de campo e de laboratório, através das quais concluiram que: a) esta espécie é capaz de subir em superfícies verticais em situações de campo e de laboratório; b) a corrente da água enquanto estímulo físico, é suficiente para desencadear esse comportamento (reotaxia); c) a reotaxia em superfícies verticais depende da existência de uma corrente de água necessariamente moderada; d) há indícios de que B. glabrata sofra habituação em relação à reotaxia em paredes verticais; e) a reotoxia em superfiícies verticais pode facilitar a dispersão das populações, devendo sua ocorrência ser considerada no planejamento das campanhas de controle da transmissão da esquistossomose. Os autores apresentam propostas para evitar a manifestação desse comportamento em algumas situações de campo; f) a relação entre a reotaxia e habituação deve ser considerada um fator de agrupamento dos caramujos nas coleções d'água, que pode contribuir para sua localização.
Biomphalaria glabrata; esquistossomose; moluscicida; reotaxia; comportamento e controle