Foram estudados 36 indivíduos habitantes de uma fazenda no interior do Estado de Minas Gerais nove dos quais adquiriram a forma linfonodular de toxoplasmose entre maio e agosto de 1976, apresentando títulos de anticorpos pela imunofluorescênciaindireta - IF - entre 1:4096 e 1:32000 na classe IgG e entre 1:16 e 1:8000 na classe IgM. Doze das 36 pessoas da fazenda foram consideradas como casos "duvidosos", assim definidos ou por apresentarem quadro clínico compatível com toxoplasmose adquirida apesar de baixos títulos de anticorpos, ou por não apresentarem nítido quadro clínico, mas com evidências sorológicas de infecção recente pelo T. gondii. As outras 15 pessoas estudadas não mostraram evidências clínicas ou sorológicas de infecção recente. As informações coletadas sugerem duas possíveis principais formas de transmissão: a) carne de porco mal cozida durante um churrasco na fazenda; b) solo e vegetais contaminados com oocistos de T. gondii (ciclo gato-rato). O acompanhamento sorológico da população humana, nove meses após, demonstrou títulos ainda elevados na classe IgG embora com tendência ao declínio e soros não reagentes na classe IgM. Após três anos os títulos na classe IgG eram quase compatíveis com os títulos observados em inquéritos sorológicos em outras populações brasileiras.