Vários artrópodos predadores polífagos estão disponíveis para uso em controle biológico pelo aumento da população, com o objetivo de controlar ácaros e insetos-praga em ampla variedade de culturas. Muitos desses predadores não são nativos da área onde serão introduzidos. Neste artigo discutem-se os beneficios e os riscos do uso de predadores generalistas exóticos como agentes de biocontrole. O fato de os predadores polífagos serem criados facilmente em alimento não-natural e poderem ser usados contra diferentes espécies de pragas, faz com que eles se tornem atrativos para comercialização. Predadores polífagos ou fitófagos facultativos apresentam menor dificuldade em se manterem na presença de baixas populações das presas e podem ser introduzidos nas culturas antes que a praga-alvo esteja presente, evitando o crescimento de populações de pragas que possam causar danos econômicos. Por outro lado, espécies generalistas podem interferir com outras espécies benéficas na cultura e espécies facultativas podem, excepcionalmente, causar danos às culturas. O uso de inimigos naturais não-nativos pode envolver riscos ambientais. Procedimentos para a avaliação de riscos, enfocando principalmente a amplitude de hospedeiros, têm sido implementados em um número crescente de países. A avaliação da especificidade hospedeira, entretanto, deve ser conduzida em condições reais. Em adição, a adequabilidade do clima, a habilidade de dispersão de um predador importado e a presença de seus inimigos naturais na área de introdução são fatores importantes quando se avaliam os riscos ambientais. As normas reguladoras são essenciais mas não devem dificultar a implementação do controle biológico como alternativa ao controle químico de pragas.
Controle biológico; predadores; polifagia; efeitos em insetos não-alvo