O fumo-bravo, Solanum mauritianum Scopoli (Solanaceae), nativo do Sul do Brasil, é uma importante planta invasora na África do Sul, onde é tida como alvo do controle biológico. Em 1998 cientistas do Brasil (Curitiba) e da África do Sul (Pretoria) iniciaram a execução de um projeto cooperativo para pesquisas sobre controle biológico de plantas nativas do Brasil e que tornaram invasoras na África do Sul. Dentro desse projeto estudos biológicos e ecológicos dos inimigos naturais de fumo-bravo foram realizados no Primeiro Planalto do Paraná. Nessa região o fumo-bravo é abundante e as condições climáticas e de altitudes são similares às áreas invadidas naquele país. A população de fumo-bravo é suporte alimentício e abrigo de uma fauna herbívora diversa que inclui 34 espécies de insetos e uma espécie de ácaro. Foram coletadas cinco espécies de elevado potencial para uso no controle biológico, dentre elas duas desfolhadoras, duas espermatófagas e uma broca. Três espécies estão destinadas para futuros estudos na África do Sul, uma destas espécies já foi liberada para controle de S. mauritianum, enquanto uma quarta espécie, Anthonomus morticinus Clark (Coleoptera: Curculionidae), foi estudada no campo.
Fumo-bravo; inimigo natural; invasora