O presente artigo é um balanço da produção pioneira de intelectuais marxistas que, na década de 1970, procuraram entender os paradoxos do crescimento de São Paulo e, mais amplamente, ensaiaram as primeiras formulações de uma teoria crítica da urbanização na periferia do capitalismo. Agrupados em torno do Cebrap e da FAU-USP, a urgência política do momento, somada à ascendência da interpretação de Manuel Castells, levou-os majoritariamente a encarar a cidade como espaço de consumo coletivo e luta social em torno da reprodução da classe trabalhadora. Mas a descoberta empírica da cidade permitiu que o urbano fosse, ao fim, reconhecido não apenas como lócus mas como forma da expansão capitalista.
Questão urbana; estruturalismo francês; teoria crítica; São Paulo