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AÇÃO AFIRMATIVA, AUTORITARISMO E LIBERALISMO NO BRASIL DE 19681 [1] Paper preparado para a Reunião da LASA em Puerto Rico, em maio de 2015. Essa reflexão está sendo desenvolvida no âmbito de um projeto do Centro de Estudos da Metrópole (Cebrap, USP), financiado pela FAPESP, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, processo nº 2013/07616-7. Agradeço aos colegas do CEM-Cepid pelos comentários à primeira versão do paper, discutido no Seminário Conjunto em 9 de março de 2015. Agradeço também a outros leitores de versões posteriores, como Marc Hertzman, Gustavo Rossi, Flávia Rios, Edilza Sotero, Matheus de Jesus e Irene Rosseto. Sou grato pelo apoio de Marilia Kuiumjian, na biblioteca da Universidade de Illinois, Urbana-Champaign, e de Edilza Sotero, na Biblioteca do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo.

RESUMO

Em 1964, um golpe militar pôs fim à experiência democrática brasileira do período pós-guerra. No governo de transição que se seguiu, ancorado em uma aliança entre os militares e políticos da direita liberal, surgiu a primeira tentativa de reconhecer a existência de discriminação racial sistemática no país e de implementar medidas de ação afirmativa para corrigi-la. Isso aconteceu em novembro de 1968, pouco antes de os militares romperem seu compromisso liberal e institucionalizarem um regime militar autoritário que durou mais dezessete anos. Usando principalmente documentos de época, como jornais diários, o artigo analisa a conjuntura política que permitiu que cotas fossem propostas, e posteriormente rejeitadas pelos militares, cristalizando a "democracia racial" como ideologia do regime. São analisadas principalmente as forças sociais que poderiam ancorar a proposta de ação afirmativa, e aquelas que reagiram e abortaram a sua discussão.

PALAVRAS-CHAVE:
cotas; autoritarismo; liberalismo; regime militar

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