Taxa de desconto igual à zero. Autores: Shue,1999SHUE, H. Bequeathing hazards: security rights and property rights of future humans. In: DORE, M.; MOUNT, T. Global Environmental Economics: Equity and the Limits to Markets. Oxford: Willey-Blackwell, 355 p., 1999.; Harrod, 1948HARROD, R. Towards a Dynamic Economy. London: St. Martin 's Press, 169 p., 1948.; Ciriary-Wantrup,1942CIRIACY-WANTRUP, S. Private enterprise and conservation. Journal of Farm Economy, v. 24, p. 75-96, 1942..
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Esse seria o único valor adequado para garantir o tratamento equitativo entre as gerações e discutem o aspecto ético de se calcular taxas de desconto positivas. Essa abordagem tem como foco os impactos ecológicos dos projetos em detrimento das relações econômicas associadas à alocação de recursos para investimentos. O custo de oportunidade do capital, o crescimento potencial de consumo e as preferências da sociedade não são incluídas nesse método. Em termos práticos, seria difícil alocar elevados montantes de recursos para a adoção de um projeto sem que haja a inclusão dos aspectos econômicos na análise. |
Taxa de preferência social temporal (Social Time Preference Rate - STPR). Autores: Roemer , 2013ROEMER, J. Once more on intergenerational discounting in climate-change analysis: reply to Partha Dasgupta. Environmental Resource Economics, v. 56, p. 141-148, 2013.; Dasgupta, 2011DASGUPTA, P. The Ethics of Intergenerational Distribution: Reply and Response to John E. Roemer. Environmental and Resource Economics, v. 50, p. 475-493, 2011.; Lesser et al.,1997LESSER, J.; DODDS, D.; ZERBE, R. Environmental Economics and Policy. Addison Wesley Longman, 751 p., 1997.; Solow, 1991SOLOW, R. Sustainability: an economists perspective. In: DORFMAN, R.; DORFMAN, N. Economics of the Environment. New York: W.W Norton and Co, 426 p., 1991.
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Acredita-se que uma taxa de desconto positiva está associada ao acúmulo de capital e tecnologia que será deixado para as futuras gerações. O cálculo da STPR envolve a premissa de que as futuras gerações terão uma renda maior e um impacto causado no futuro seria menor do que o impacto causado pela não realização do projeto no presente. Além disso, a adoção desse método parte do pressuposto de que o capital natural pode ser perfeitamente substituído pelos outros tipos de capital. |
Inclusão de uma restrição à redução do capital natural. Autores: Pearce e Turner,1990PEARCE, D., TURNER, R. Economics of Natural Resources and the Environment. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, Harvester Weats Leaf, Hertfordshire, 392 p., 1990.; Barbier et al.,1990BARBIER, E.; MARKANDYA, A.; PEARCE, D. Environmental sustainability and Cost-Benefit Analysis. Environment and Planning, v. 22, p. 1259-1266, 1990..
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Não seria necessário reduzir as taxas de desconto se for incluída na análise uma restrição à redução do capital natural. Independentemente do impacto, o estoque de capital natural deve ser constante (compensação ambiental). Contudo, o ajuste proposto após a inclusão das externalidades no cálculo dos custos do projeto não seria adequado por levar à dupla contagem do dano, já que os impactos estariam mensurados no custo do projeto e na restrição do capital natural. Essa proposta também apresenta uma dificuldade de operacionalização por conta da definição do limite de redução do estoque natural. |
Taxa de desconto linearmente decrescente ao longo do tempo. Autores: Horta,1998HORTA, M. Sobre el interés general de Itoiz y el Canal de Navarra. Ingeniería del Agua 5, v. 2, p. 63-74, 1998. e Rabl,1996RABL, A. Discounting of long term cost: what would future generations prefer us to do? Ecological Economics, v. 17, p. 137-145, 1996.
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Esse método busca amenizar o viés pelo presente da aplicação da taxa de desconto com a aplicação linearmente decrescente da taxa de desconto. Essa adoção é amplamente criticada por não apresentar critérios claros para a redução da taxa. |
Obtenção da taxa de desconto de forma empírica. Autores: Luckert e Admowicz (1993)LUCKERT, M.; ADMOWICZ, W. Empirical measures of factors affecting social rates of discount. Environmental and Resource Economics, v. 3, p. 1-21, 1993.; Cropper et al.(1994)CROPPER, M.; AYDADE, S.; PORTNER, P. Preferences for livesaving programs: how the public discount time and age. Journal of Risk and Uncertainty, v. 8, p. 243-246, 1994..
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O comportamento e a visão da geração atual seriam mensurados para definir a taxa de desconto. Uma das formas sugeridas é por meio de pesquisa de opinião da geração presente. O problema desse método estaria na ausência de análise das perspectivas de mercado e de melhoria de bem-estar (consumo) futuro e as dificuldades na aplicação de pesquisas de opinião para algo não associado de forma concreta à vida da população atual (viés positivo de preocupação com a geração futura). |
Adoção da taxa de desconto padrão com aumento do valor do meio ambiente ao longo do tempo. Autores: Porter (1982)PORTER, R. The new approach to wilderness preservation through Benefit-Cost Analysis. Journal of Environmental Economics and Management, v. 9, p. 63-80, 1982.; Krutilla e Fisher (1975)KRUTILLA, J.; FISHER, A. The Economics of Natural Environments. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 292 p., 1975.
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Essa proposta prevê que a taxa de desconto seja estimada com base no mercado financeiro e que o valor mensurado dos impactos ambientais aumente ao longo do tempo. A dificuldade da aplicação desse método está na falta de clareza da taxa de crescimento do impacto ambiental. A proposta ficaria sujeita à visão do gestor público sobre a relevância daquele impacto, o que poderia gerar um viés político (politics) no processo decisório. |
Explicitação das gerações futuras na análise. Autores: Chichilnisky (2009)CHICHILNISKY, G. Avoiding extinction: equal treatment of the present and the future. Economics: The Open-Access, Open-Assessment E-Journal, v. 3, 32 p., 2009.; Sumaila e Walters (2005)SUMAILA, U.; WALTERS, C. Intergenerational discounting: a new intuitive approach. Ecological Economics, v. 52, p. 135-142, 2005..
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A explicitação das gerações futuras na análise pode ser feita de diversas formas: por meio do cálculo do valor presente líquido ajustado com a incorporação de uma variável intergeracional no modelo (como um nível individual atual de "altruísmo") ou pela inclusão de um fator de desconto entre gerações, entre outras. O método apresenta propostas e resultados diferentes dependendo do autor. Ainda não há potencial de discussão para um método de aplicação plausível. |
Critério utilitarista hierarquizado de desconto. Autores: Zuber e Asheim (2012)ZUBER, S.; ASHEIM, G. Justifying social discounting: The rank-discounted utilitarian approach. Journal of Economic Theory, v. 147, p. 1572-1601, 2012.
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O método sugere a aplicação de um critério utilitarista hierarquizado de desconto na busca da equidade intergeracional. Os autores propõem que o gestor público utilize um elemento da classe da função de bem-estar social utilitarista hierarquizada, ou seja, com a construção de uma função de bem-estar social em um horizonte temporal infinito onde a utilidade da geração seguinte deve ser igual ou superior à utilidade da geração anterior. A proposta não demonstra com clareza como o método poderia ser aplicado. Alguns desenvolvimentos foram realizados no caso de mudanças climáticas, mas sem aplicação clara em políticas públicas. |
Taxa de desconto dual. Autores: Kula e Evans (2011)KULA, E.; EVANS, D. Dual discounting in cost-benefit analysis for environmental impacts. Environmental impact assessment review, v. 31, p. 180-186; 2011.; Saez e Requena (2007)SAEZ, C.; REQUENA, J. Reconciling sustainability and discounting in cost-benefit analysis: a methodological proposal. Ecological Economics, v. 60, p. 712-725, 2007..
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Os autores propõem a aplicação de uma taxa de desconto para os impactos tangíveis e outra para os intangíveis (ambientais). Contudo, o trabalho elaborado por Arrow et al. (2012)ARROW, K.; CROPPER, M.; GOLLIER, C.; GROOM, B.; HEAL, G.; NEWELL, R.; NORDHAUS, W.; PINDYCK, R.; PIZER, W.; PORTNEY, P.; STERNER, T.; TOL, R.; WEITZMAN, M. How Should Benefits and Costs Be Discounted in an Intergenerational Context? Washington: Resources for the future, 34 p., 2012. para a construção de um método de definição da taxa de desconto desaconselha a aplicação de taxas de desconto diferentes para um mesmo período no tempo. Essa diferença geraria inconsistências intrageracionais e intergeracionais. |
Taxa de desconto baseada no comportamento mercado. Autores: Arrow et al. (2012)ARROW, K.; CROPPER, M.; GOLLIER, C.; GROOM, B.; HEAL, G.; NEWELL, R.; NORDHAUS, W.; PINDYCK, R.; PIZER, W.; PORTNEY, P.; STERNER, T.; TOL, R.; WEITZMAN, M. How Should Benefits and Costs Be Discounted in an Intergenerational Context? Washington: Resources for the future, 34 p., 2012., Mertens e Rubinchik (2011)MERTENS, J.; RUBINCHIK, A. Intergenerational equity and the discount rate for policy analysis. Macroeconomic Dynamics, p. 1-33, 2011..
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A taxa de desconto adotada sofreria variações de acordo com o comportamento atual do mercado perante fatores como risco, propensão a poupar, consumo, entre outros. Em muitos casos, os autores sugerem a adoção de uma taxa decrescente de desconto em formato de hipérbole. Como: Gowdy et al. (2013)GOWDY, J.; ROSSER JR, J.; ROY, L. The evolution of hyperbolic discounting: Implications for truly social valuation of the future. Journal of Economic Behavior & Organization, v. 905, p. 594-610, 2013., Frederick et al. (2002)FREDERICK, S.; LOEWENSTEIN, G.; O'DONOGHUE, T. Time discounting and time preference: a critical review. Journal of Economics Literature, v. 40, p. 351-401, 2002.. |