Resumo
Este artigo explora a existência de risco moral ex-ante no setor de saúde suplementar no Brasil. Antes do evento da doença, indivíduos com plano/seguro saúde não têm incentivos para procurar cuidado preventivo se esse não for contratado previamente. O conjunto de dados utilizado inclui registros administrativos longitudinais da utilização de cuidados de saúde de um plano de saúde brasileiro patrocinado pelo empregador. A estratégia empírica é baseada em uma mudança exógena e antecipada na cobertura de seguro de saúde não associada à condição de saúde. Os resultados mostram um aumento de até 17% nas consultas médicas e 22% nos exames diagnósticos. As consultas médicas começam a aumentar a partir do quinto mês antes do indivíduo deixar a carteira com um pico em dois meses. Para testes diagnósticos, o maior aumento foi observado em um e dois meses antes da perda da cobertura do plano de saúde.
Palavras-chave risco moral ex-ante; plano de saúde; auto-seguro; setor de saúde suplementar no Brasil