Resumo
A partir de uma periodização baseada na institucionalidade prevalecente para o rural da Amazônia (1970-1985, vigência da Ditadura Militar; 1985-2006, redemocratização; e 2006-2017, ênfase ambiental) o artigo apresenta com dados dos Censos Agropecuários as dimensões e composições estruturais do acervo de terras dos estabelecimentos rurais para, em seguida, discutir os traços dos agentes que demarcam a questão da terra e os elementos constitutivos do mercado de terras na região. Ressaltando a produção de terras-sem-mata como a razão de última instância do mercado de terras, e o processo de desmatamento como seu fundamento, destaca que este mercado reage de forma contracíclica em relação à economia de produtos agropecuários, tendo formado elevados estoques de terras desmatadas até 2005, liquidando-os com ganhos especulativos nos anos seguintes. Por fim, demonstra o impacto desse processo na desigualdade da estrutura fundiária da região e do Brasil.
Palavras-Chaves:
amazônia brasileira; desenvolvimento agrário; mercado de terras