Resumo
Este artigo busca mostrar que a teoria da simpatia e do espectador imparcial de Smith pode ser entendida como uma tentativa de superar a antropologia egoísta defendida por Mandeville e denunciada por Rousseau. Na visão de Smith, se a teoria de Mandeville a respeito da psicologia por trás do comércio e da troca estivesse correta, então Rousseau teria razão em sua denúncia dos males morais da civilização. No entanto, para Smith, as teses de Mandeville estavam equivocadas, e, assim, as críticas de Rousseau eram amplamente infundadas, pois, paradoxalmente, elas se baseavam na descrição da sociabilidade apresentada por Mandeville. Nesse sentido, as frequentemente enfatizadas simpatias de Smith pelos argumentos de Rousseau devem ser mitigadas.
Palavras-chave:
Adam Smith; Sociabilidade; Amor-próprio; Jean-Jacques Rousseau; Bernard Mandeville