Resumo:
Este trabalho tem por objetivo desmitificar a visão dominante na literatura que atribui ganhos de crescimento às políticas de austeridade fiscal. Recorre-se a um conjunto de estimações de painel longo - por meio dos estimadores FGLS, de Driscoll & Kraay, com erros-padrão em painéis corrigidos, SUR e do Teste de Kónya (2006) - na busca de inferências robustas acerca das principais causalidades que envolvem a problemática fiscal. Nossa conclusão é que em exercícios simultâneos a dois conjuntos de países - 24 economias emergentes e 20 desenvolvidas - as evidências empíricas dão suporte a conclusões bastante distintas entre eles, sugerindo que políticas econômicas idênticas para os países, além de inadequadas, podem conduzir a resultados opostos aos desejados. Sem ignorar os efeitos adversos associados a trajetórias explosivas de endividamento, nosso trabalho defende que a busca por ‘espaço fiscal’ seja determinada essencialmente por uma agenda pró-crescimento particularmente nas economias emergentes confrontadas com os desafios de infraestruturas associados ao ‘caminho de transição’.
Palavras-chave:
austeridade fiscal; crescimento econômico; correlação; causalidade de Granger; painel não estacionário; regressões aparentemente não correlacionadas (SUR)